«A probabilidade de Portugal se tornar ingovernável é alta e perigosa»

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O ex-Presidente da República, Mário Soares, considerou esta terça-feira, num artigo de opinião publicado no Diário de Notícias que «a probabilidade de, nas próximas eleições legislativas, Portugal se poder tornar ingovernável é alta e perigosa, para a democracia e para o nosso futuro colectivo». O histórico socialista fala das recentes eleições europeias, dos resultados do PS e do futuro político do país, deixando de lado um possível «bloco central» e uma coligação à esquerda.

Sócrates já não diz «maioria absoluta»

 

Mário Soares começa por considerar que os resultados das europeias não se «extravasam», mas admite que o PS tem de ser «humilde». «Contudo, as eleições europeias são só isso mesmo: europeias. Não se extravasam, necessariamente, para as legislativas ou para as autárquicas. Mas podem criar um clima – e uma dinâmica – favoráveis às oposições, se não forem ouvidas as pessoas e não forem encontradas respostas ao que aí vem. Quanto antes…», comenta.

 

Soares considera também que o PS não pode perder tempo. «Trata-se de uma nova realidade, com a qual o PS tem de lidar com humildade, lucidez e sentido crítico, se quiser vir, de algum modo, a invertê-la, nos três meses que nos separam das legislativas com férias pelo meio. Não vai ser uma tarefa fácil. Não se deve, por isso, perder tempo».

 

 

Aposta no diálogo

 

Mário Soares defende também que o PS deve «ouvir e dialogar» para inverter o resultado do voto dos portugueses. «Por outro lado, importa ouvir e dialogar – o mais tardar até meados de Julho – com os sindicatos, as comissões de trabalhadores, as associações ambientais, de direitos humanos, de consumidores, etc. Não se trata de estabelecer acordos, mas tão-só de os ouvir – para perceber – e de confrontar soluções, alternativas e políticas possíveis».

 

O ex-PR não defende acordos eleitorais, mas salienta que é necessário ouvir os partidos à esquerda. «No mesmo sentido, acharia também útil que se ouvissem os partidos de esquerda – o Bloco de Esquerda e a CDU – não para fazer acordos, antes ou pós-eleitorais, não é tempo disso, mas para compreender como vêem o futuro próximo, que é bem possível, se houvesse uma nova derrota do PS, ficasse bem mais negro do que está».

 

 

«Não ao Bloco Central»

 

O socialista diz não ao «Bloco Central», mas admite que o PSD poderá alcançar resultados que não eram equacionados há alguns meses. «Apesar do optimismo das hostes laranja, não me parece provável que o PSD possa ter maioria absoluta nas próximas Legislativas».

«Obviamente, qualquer acordo com o PS, tipo Bloco Central, estará excluído à partida. Não haveria vergonha dos dirigentes actuais, de ambos os partidos, se assim não fosse», considerou.

 

 

 

(TVI24)

 

 

 

 

 

 

 

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