“Negligência prolongada dos vários níveis de poder fizeram estagnar Santa Maria”

“O estado a que os diferentes níveis de poder deixaram chegar Santa Maria é o espelho do significado retórico a que o conceito ‘Ilha de Coesão’ pode chegar”, disse a líder do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, lembrando que “aos factores de constrangimento, austeridade e contenção impostos pelos sucessivos Planos de Estabilidade e Crescimento (PEC) do Governo da República – que já se fazem sentir –, associa-se a negligência prolongada dos poderes autárquico, regional e da República”, que votaram a ilha à estagnação económica e social.

Esta é uma conclusão geral da visita de dois dias que os deputados do Bloco de Esquerda realizaram à ilha de Santa Maria.

Uma das evidências do impacte negativo do PEC na vida das pessoas é o estrangulamento financeiro das autarquias, de que é exemplo a Câmara Municipal de Vila do Porto, que viu a sua capacidade de acção reduzida no que diz respeito, por exemplo, ao combate aos problemas de habitação e desemprego, alertou a deputada.

Zuraida Soares deixou a garantia de que, num futuro próximo, o Bloco de Esquerda vai apresentar propostas legislativas relacionadas com a necessidade de respostas sociais a problemas de dependência ou violência doméstica, relacionadas com o associativismo, o desporto, e ainda com o transporte de doentes pela SATA, que serão agora preparadas e apresentadas oportunamente.

Em declarações aos jornalistas, Zuraida Soares criticou ainda o recente discurso do presidente do Governo Regional dos Açores, realizado em Santa Maria, em que Carlos César disser ser necessário deixar de olhar para a importância histórica da aviação para a ilha de Santa Maria, e começar a olhar para o mar: “É preciso não esquecer que, por uma lado, esta ilha está rodeada de reservas naturais – ou seja, a pesca não é solução –, por outro lado, não existe uma única empresa marítimo-turística”. “Qual é a aposta do Governo, então, quando diz que é preciso olhar para o mar?”, questiona a deputada.

“É altura de os marienses começarem a reivindicar tudo aquilo a que têm direito, no que diz respeito ao desenvolvimento da sua illha”, culmina a também coordenadora regional do Bloco nos Açores.

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