A aplicação do Plano de Estabilidade e Crescimento vai prejudicar os Açores, defende BE

Ao contrário do que tentou fazer passar o presidente do Governo Regional, o Plano de Estabilidade e Crescimento do Governo da República vai afectar os Açores, denunciou a líder do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda na Assembleia Legislativa Regional, salientando que, no arquipélago, os efeitos serão ainda mais fortes, uma vez que os Açores já são a Região do País onde, entre outras dificuldades, os salários são mais baixos, a inflação é mais alta, e onde as despesas de mobilidade são aterradoras, tudo isto, numa altura em que o desemprego continua a crescer.

 

“Dizer, como disse o Presidente do Governo Regional, que a execução do PEC não afecta os Açores é, no mínimo, um desrespeito para quem hoje passa dificuldades inesperadas e insuportáveis”, referiu Zuraida Soares, que desafiou o PS/Açores a virar as costas ao liberalismo do Governo da República e passar a defender o emprego como prioridade para atacar a crise.

 

Zuraida Soares lembrou que PS, PSD e CDS votaram favoravelmente o Orçamento de Estado para este ano, que estabaleceu uma norma que perdoa totalmente todas as empresas que fugiram ao pagamento de impostos através de off-shores, desde que paguem uma taxa de 5% daquilo que deviam. Ou seja, uma empresa que tivesse que pagar 100 milhões de euros de impostos ao Estado português, mas que tenha colocado, ilegalmente, o seu dinheiro num paraíso fiscal, fica agora livre de qualquer acção judicial e de qualquer imposto adicional, se pagar voluntariamente apenas 5 milhões de euros.

 

Ao mesmo tempo que isto acontece, o mesmo Governo do Partido Socialista aplica a redução do valor do Subsídio de Desemprego, sob o pretexto de ser necessário reduzir as despesas do Estado. “Esta ignóbil medida é hoje a verdade da política do governo PS. A crise é paga pelos pobres; para os ricos o reino de Sócrates é magnânimo”, conclui a líder da bancada do BE.

 

Em vez destas medidas demagógicas, a que se junta, por exemplo, a redução real dos já magros salários da Função Pública, a solução para os problemas do défice português deviam, segundo o Bloco de Esquerda, passar pela redução dos mil milhões de euros que o Estado gasta em consultadorias privadas todos anos, pela eliminação das parcerias público-privadas – que deixam os privados com o lucro garantido e o Estado com o prejuízo possível –, pelo combate à evasão fiscal, e pela tributação do off-shore da Madeira, por exemplo. 

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