Açores com importante papel no reforço das ligações entre Portugal e os Estados Unidos e Canadá, defende Vasco Cordeiro

fotoO Presidente do Governo destacou hoje o importante papel que os Açores têm a desempenhar na construção e reforço das ligações económicas, políticas e institucionais entre Portugal e os Estados Unidos e Canadá, um potencial que o nosso país continua por aproveitar em toda a plenitude.

“O facto de sermos uma Região Autónoma, de sermos, no fundo, uma entidade infraestadual, pode trazer uma dimensão interessante para o lançamento de uma nova via de construção e de afirmação desse relacionamento, agora com os estados federados, no caso dos Estados Unidos da América, ou com as províncias, no caso do Canadá”, afirmou Vasco Cordeiro.

O Presidente do Governo falava, a partir da Horta, onde está a decorrer o debate parlamentar sobre o Programa do Governo, na abertura do 28.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, que se realiza em Ponta Delgada, subordinado ao tema ‘Portugal: Vocação Atlântica’.

Na sua intervenção, salientou que, alicerçadas nas ligações afetivas e na história, devem ser construídas ou reforçadas as ligações económicas, políticas e institucionais, um processo em que, mais uma vez, os “Açores podem dar um contributo na concretização deste objetivo, que deve ser um desígnio do nosso país”.

“Entre as várias possibilidades de abordagem ao tema, gostaria de salientar o potencial que encerra o reforço das ligações entre Portugal e os Estados Unidos da América e o Canadá ou, se quisermos colocar o assunto numa perspetiva mais ambiciosa, o reforço das ligações entre a União Europeia e cada um desses países e o papel de liderança que o nosso país pode e deve mesmo desempenhar nesse processo”, salientou. 

Vasco Cordeiro, recordou que, desde 2002, os Açores têm um ‘Sister State Agreement’ – que pode ser traduzido por geminação – com o estado da Califórnia, e, desde 2008, com o estado de Massachusetts. 

Segundo disse, essa foi a forma encontrada pela Região para, a partir de ligações afetivas – a Califórnia e Massachusetts foram historicamente, desde finais do século XIX, inícios do século XX, estados de acolhimento de movimentos migratórios açorianos – dar ao relacionamento entre esses entes infraestaduais uma componente política e institucional.

“Para os que defendem que há uma indiscutível, mesmo que não realizada plenamente, vocação atlântica do nosso país, para os que entendem que essa vocação deve ser mais notória e mais efetiva, julgo que os tempos presentes, com todos os desafios que encerram, desde logo, quanto à peculiaridade da Administração norte-americana que tomará posse no início do próximo ano, obriga a que utilizemos ou, pelo menos, procuremos novas abordagens e novos instrumentos de fomentar esse relacionamento, mesmo que a um nível diferente do existente entre países ou estados soberanos, que deve também ter uma significativa expressão política e institucional”, defendeu. 

Depois de salientar que essa abordagem deve realizar-se com a multiplicação de canais para essa relação, o Presidente do Governo referiu que o facto é que “Portugal tem, nesse domínio, instrumentos e possibilidades de atuação que ainda não utilizou, seja por lamentável opção consciente, seja por desleixo puro e simples”.

Na abertura deste Congresso, Vasco Cordeiro salientou, por outro lado, que os dados recentemente divulgados referentes aos primeiros nove meses deste ano, confirmam que o turismo nos Açores está a viver um momento de crescimento consolidado.

“O mercado dos Estados Unidos da América é, entre os mercados estrangeiros do turismo dos Açores, o segundo maior e, nos primeiros nove meses deste ano, registou um crescimento homólogo de cerca de 57%”, afirmou, acrescentando que “a importância do chamado turismo étnico é, neste contexto, decrescente”.

Na sua intervenção, Vasco Cordeiro defendeu que, num setor altamente concorrencial a nível europeu e mundial, são evidentes as mais-valias nacionais e regionais da promoção de um país que, nos Açores, bem como na Madeira, tem “arquipélagos que, pela sustentabilidade e dimensão atlântica, garantem uma marca tão forte, tão única e tão invejável ao destino turístico português”.

“Essa é uma circunstância que deve também ser aproveitada pelos operadores privados deste setor, que, certamente, encontrarão nos Açores um produto apetecível aos vários mercados onde trabalham, cada vez mais ávidos de destinos seguros e atrativos entre a Europa e a América”, frisou o Presidente do Governo.

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