Açores sem rede de cuidados paliativos

A coordenadora da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos nos Açores, Teresa Flor de Lima, defendeu hoje a aplicação no arquipélago da Lei de Bases dos Cuidados Paliativos que contempla a criação de uma rede organizada, reivindicada desde 2009.
“Pretendemos que na região seja aplicada a Lei de Bases dos Cuidados Paliativos que está publicada no continente e na Madeira. Não queremos ficar de fora, porque a forma lógica de organizar os cuidados paliativos está contemplada nesta lei”, afirmou Teresa Flor de Lima, em declarações à Lusa.
O núcleo regional dos Açores da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos realiza na segunda-feira, em Ponta Delgada, uma reunião aberta a todos os interessados para divulgar a Lei de Bases dos Cuidados Paliativos, esclarecer os conceitos de cuidados continuados e cuidados paliativos e discutir propostas de alteração no âmbito do documento “reestruturação do Sistema Regional da Saúde”, que está em debate público.
Teresa Flor de Lima disse que vai ser pedido ao secretário regional da Saúde “a aplicação na região da Lei de Bases dos Cuidados Paliativos, a nomeação da Comissão Regional de Cuidados Paliativos, formada por um Grupo multidisciplinar especializado e a criação da Rede Regional de Cuidados Paliativos”.
Segundo a especialista, a criação desta rede é reivindicada “desde 2009”, frisando que a organização dos cuidados paliativos permite um acompanhamento de proximidade aos doentes através de equipas comunitárias especializadas. É assim necessário “organizar equipas, dar-lhes formação e funcionar de forma articulada”.
Teresa Flor de Lima disse que “os doentes nos Açores não deixam de ser tratados” por não haver uma rede de cuidados paliativos no arquipélago, mas “não há uma equipa que acompanhe os doentes e as famílias”.
A especialista salientou que “já existem pessoas formadas, faltando apenas organizar as equipas e encaminhar os doentes”, e sublinhou que a organização dos cuidados paliativos “reduz os custos com a saúde e melhora os cuidados aos doentes e famílias”.
“Os doentes nestas condições são melhor tratados. Têm melhor qualidade de vida e podem inclusivamente ficar mais tempo no seu domicílio e recorrem menos aos hospitais e as famílias são mais apoiadas e isto é uma forma de reduzir gastos na saúde”, acrescentou.
A especialista lembrou que estão em causa “doentes com doenças graves, incuráveis e progressivas” que “necessitam de cuidados médicos especializados com equipas multidisciplinares”.

 

Lusa

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