Açores têm “condições únicas” para o Centro do Atlântico, destaca Presidente do Governo

Fotos: MM | Governo dos Açores

A Região tem “condições únicas”  para a constituição do Centro do Atlântico, “importante centro de capacitação da defesa do Oceano Atlântico”, destacou hoje o Presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, na Base Aérea n.º 4, na Ilha Terceira, antes da formalização por escrito, de 15 nações, de uma declaração conjunta para o desenvolvimento do Centro do Atlântico.

“Os Açores apresentam condições únicas para a instalação do Centro do Atlântico. Estamos em pleno centro do Atlântico norte e no centro do triangulo Europa-Américas-Africa. É, portanto, como presidente do Governo dos Açores, um enorme orgulho, ver instalado, na ilha Terceira, este importante centro de capacitação da defesa do Oceano Atlântico”, afirmou Bolieiro.

“Se em temos o oceano nos separava – aliás, costumo dizer que o oceano só nos une na poesia, porque na realidade nos separa – não é menos verdade que nos traz uma imensidão de oportunidades, que temos de aproveitar: desde logo a nossa capacidade instalada de monitorização do Atlântico, do polo norte ao polo sul, no âmbito da biodiversidade, no âmbito da proteção ambiental, no controlo aéreo, na rede de satélites, no trafego marítimo, mas também, com este Centro que hoje formalizamos, o controlo securitário do Atlântico, combatendo a pirataria e os extremismos, protegendo todos os que consideram o Atlântico como as suas estradas”, defendeu o Presidente do Governo, numa intervenção proferida em inglês.

José Manuel Bolieiro defendeu que este projeto permanece “em construção” e idealmente deve “agregar cada vez mais parceiros”.

E prosseguiu: “Defendo o princípio da cooperação internacional. Só assim poderemos ter sucesso, envolvendo todos os ‘stakeholders’, os países que são banhados pelo Atlântico e outros que nele possam ver interesse”.

Iniciativas como o Centro do Atlântico, prosseguiu, “elevam a importância dos Açores, de Portugal e do Atlântico nas relações internacionais”.

O governante lembrou ainda a história dos Açores, com “piratas e corsários”, hoje merecedores de lendas e mitos, mas as populações do passado “sofreram muito, aliás, as diversas fortificações em praticamente todas as ilhas, assim o indicam”.

“Desde os ataques, as pilhagens, os roubos, até mesmo raptos para venda como escravos ou para simplesmente para que pagassem um resgate, mostram a dificuldade que era defender estes nove territórios no centro do Atlântico. Felizmente longe vão estes tempos, mas imaginem a importância de um Centro do Atlântico na altura”, concretizou o Presidente do Governo.

O Centro destina-se a melhorar as condições de segurança de toda a região, através de uma abordagem integrada que visa identificar e propor respostas comuns aos desafios atuais e futuros.

O mesmo reunirá especialistas das forças armadas, da academia, da indústria, das forças de segurança dos Estados-Membros e de organizações parceiras. Através da investigação, do diálogo e da partilha de conhecimento entre os Estados-Membros, e em colaboração com parceiros regionais e internacionais, o Centro irá contribuir para o desenvolvimento de estratégias nacionais e regionais para a promoção da paz, da segurança e da prosperidade no Atlântico, e irá ainda colaborar no desenvolvimento de capacidades para apoiar a paz e a segurança ao nível regional e Atlântico.

Na manhã de hoje, José Manuel Bolieiro assistiu, na Praia da Vitória, a um exercício de simulação de um resgate no mar, numa situação de pirataria, que envolveu a Marinha e a Força Aérea.

O exercício encerrou um curso intensivo, iniciado na segunda-feira, na base das Lajes, sobre segurança marítima no golfo da Guiné.

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