Agricultor​es dos Açores querem “ajuda adicional” de Bruxelas por causa da seca

O presidente da Federação Agrícola dos Açores, Jorge Rita, defendeu hoje a necessidade de a União Europeia disponibilizar uma “ajuda adicional” ao setor na sequência dos “efeitos dramáticos” da seca no arquipélago.
“Existe a possibilidade de o Governo dos Açores fazer valer em Bruxelas as nossas razões explicando que este é um ano atípico em que a agricultura regional pode ter prejuízos elevadíssimos nos próximos tempos”, disse Jorge Rita à agência Lusa.
O dirigente dos agricultores dos Açores disse que a situação está “muito complicada”, uma vez que estão a ser usados os alimentos que estavam guardados para as próximas estações depois de um inverno de “grandes dificuldades” por excesso de chuva.
O presidente da Federação Agrícola dos Açores defende que o Governo Regional deve promover uma antecipação dos fundos comunitários como forma de combater as dificuldades que o setor atravessa, à semelhança do contexto nacional, onde está a promover-se uma antecipação a 60 dias.
“O Governo dos Açores deve proceder da mesma forma. Também tem esta obrigação. É esta a nossa expectativa. Isso também pode ajudar a minimizar os custos da seca, não resolve o problema, mas minimiza”, declarou.
Jorge Rita defende, por outro lado, a “necessidade” de o Governo açoriano “aumentar necessariamente” as verbas disponibilizadas para fazer face aos efeitos da seca.
“As verbas que foram disponibilizadas não são suficientes. Houve sempre a expectativa de que o tempo visse a melhorar. Durante um dia ou dois até choveu em alguns sítios, mas na maior parte das ilhas, e mesmo a nível de São Miguel, há zonas completamente secas sem qualquer tipo de produção de erva e as produções de milho nem atingem os 50 por cento”, afirmou Jorge Rita.
“Infelizmente, as condições climatéricas ninguém as controla, mas também o Governo dos Açores serve para que, quando existem estas situações, haja apoios para colmatar a situação e apoiar os agricultores por forma a que as suas produções e rendimentos não caiam para níveis que depois não têm retorno”, referiu.
O Governo dos Açores aprovou em finais de julho uma ajuda extraordinária a produtores de gado no valor de 500 mil euros, destinados à compra de alimentos para os animais, devido à seca registada no arquipélago nos últimos meses.
Jorge Rita afirma que o futuro pode ser “dramático” para a produção do leite e da carne, bem como para produções hortícolas, onde existem “grandes problemas”.
Por outro lado, para que o setor do leite possa manter o mesmo nível de produção, diz que “é importante” que a indústria continue a fazer aumentos do preço do leite, porque é uma “obrigação” e os mercados estão “favoráveis”.

 

Lusa

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