Agricultura portuguesa refém “do pior ministro de sempre”

foto5O cabeça de lista do CDS-PP Açores às Eleições Legislativas de 27 de Setembro, Félix Rodrigues, lamentou, este Domingo, primeiro dia oficial da campanha, que a agricultura portuguesa tenha conhecido, nos últimos quatro anos e meio de governação socialista, “o pior ministro de sempre” que “nada fez pela agricultura portuguesa a não ser hipotecar o futuro” em termos de auto-sustentabilidade alimentar.

 

 

Em declarações após uma visita a uma exploração de bananas, na vila de São Sebastião, em Angra do Heroísmo, Félix Rodrigues afirmou que “a situação de crise em que vive a agricultura portuguesa, começou muito antes da crise global” e frisou que “comparativamente à Grécia, com condições edafoclimatológicas piores do que Portugal, produzimos, em termos agrícolas, menos de um terço do que esse país produz”.

 

 

Acompanhado pelo Mandatário da sua candidatura, Nuno Melo Alves, e pelo Presidente do CDS-PP Açores, Artur Lima, o candidato centrista à Assembleia da República criticou ainda os representantes açorianos naquele Parlamento por, na última Legislatura, “nunca terem falado da agricultura dos Açores”.

 

 

“Hoje temos agricultores, mas não temos empresários; estamos na PAC (Política Agrícola Comum), mas não temos estratégia; temos produção, mas não temos tecnologia; temos engenheiros agrícolas no desemprego e não fazemos extensão rural”, enumerou.

 

 

Mas o mais grave para o candidato democrata-cristão é o facto de Portugal “não estar a convergir, em termos de auto-sustentabilidade alimentar”, uma vez que, apontou, “a balança comercial agrícola de Portugal é extremamente deficitária”.

 

 

Segundo Félix Rodrigues, “a agricultura está um desastre em Portugal; temos, neste momento, o pior ministro da agricultura que Portugal alguma vez conheceu. É preciso que, de uma vez por todas, alguém enfrente de frente a agricultura portuguesa, porque precisamos ter um rumo”.

 

 

O candidato vai mais longe e afirma que “no fundo, os subsídios têm servido para que os agricultores estejam a empobrecer alegremente no nosso País”, pois, acrescentou, “estamos a hipotecar o futuro”, ou seja, “estamos sem possibilidade de, face a uma eventual crise alimentar global, podermos nos auto-sustentar e isto é perigoso”.

 

 

Como conclusão Félix Rodrigues indicou: “É preciso mudar e é preciso defender a agricultura portuguesa e a agricultura açoriana na Assembleia da República. Não há discursos na Assembleia da República sobre a agricultura açoriana. Temos que ter indústria, porque não podemos ter os nossos técnicos alimentares no desemprego ou a fazer segurança nos aeroportos. Os doutores que estão desempregados, nesta área, em Portugal, servem para fazer evoluir o País na área da agricultura, porque precisamos de indústrias transformadores”. 

 

 

O caso da banana é, para o cabeça de lista popular, “um bom exemplo”. Segundo Félix Rodrigues, “temos, nos Açores, produção suficiente para mandar para o País, no entanto, importamos a banana da Colômbia”.

 

 

Isto quer dizer, prosseguiu, “que o facto de não se associarem as extrenalidades ambientais de emissões de gases de estufa indica que estamos mais preocupados com a pobreza nos outros países do que com a pobreza do nosso próprio País”.

 

 

E classificou: “A nossa banana tem imensas potencialidades. Entra na composição dos cereais que toda a gente come; entra na composição das papas que se dá aos bebés; tem um aroma único; tem um sabor único. Não se percebe porque é que a banana dos Açores, e muitos dos nossos produtos, como o ananás, a laranja, entre outros, não têm mais valia comercial no mercado continental português”. 

 

 

Félix Rodrigues, no seguimento, deu um exemplo paradigmático: “não faz sentido que, num mercado aberto, saia, todas as semanas, um barco carregado de caixas de leite dos Açores para o Continente e, na mesma semana, saia um barco carregado de caixas de leite do Continente para os Açores. Isto não funciona em termos económicos. Mais valia trocar as marcas. Produzíamos as marcas que as pessoas consumem aqui e enviávamos aquilo que é necessário para o Continente”.

 

 

Segundo o cabeça de lista do CDS-PP, “de facto o Continente pode enviar o seu leite para a Europa. A nós compete-nos enviar o nosso leite para o Continente. É isso que é coesão nacional”.

 

Por isso, defendeu, “precisamos ter uma política adequada de transportes para escoarmos os nossos produtos agrícolas. Precisamos demitir urgentemente o ministro que nada fez pela agricultura, senão hipotecar o nosso futuro. Precisamos de gente que, efectivamente, fale de agricultura no Parlamento Nacional”, rematou. 

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