Alunos não vacinados nos Açores ficam em isolamento após contacto de alto risco

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Os alunos não vacinados contra a covid-19 nos Açores ficam em isolamento cinco dias se tiverem um contacto próximo de alto risco com infetados, mesmo que não habitem na mesma casa, explicou hoje o secretário da Saúde.

“Qualquer contacto de um caso positivo [de infeção por SARS-CoV-2] que seja coabitante tem de ficar isolado durante cinco dias e, no final dos cinco dias, não tendo sintomas, tem alta. Se for um contacto de alto risco de um caso positivo e não estiver vacinado [como acontece com as crianças menores de 12 anos, que nos Açores ainda não começaram a ser vacinadas], também fica cinco dias em isolamento. É como acontece com o resto da população”, avançou, o titular da pasta da Saúde nos Açores, Clélio Meneses, em declarações à Lusa.

As regras são diferentes das aplicadas no continente português, onde só são consideradas contactos de alto risco as crianças que vivam na mesma casa com alguém infetado pelo coronavírus SARS-CoV-2, que provoca a doença covid-19.

“A nível nacional, um contacto de alto risco que não seja coabitante não fica em isolamento. Entendemos que isto propícia um maior risco de contaminação, porque há crianças que têm o seu melhor amigo, o colega com quem estão permanentemente e, se esse colega estiver positivo, identificado que está o contacto próximo, entendemos que deve haver isolamento”, justificou Clélio Meneses.

O secretário regional da Saúde alertou que não serão isoladas turmas inteiras, apenas os contactos que forem considerados de alto risco na avaliação feita pelas autoridades de saúde.

“Não fica [a turma] toda em isolamento. Fica em isolamento o contacto próximo de alto risco desse caso positivo. Isso é uma avaliação que dá mais trabalho, mas é uma avaliação que é feita pela Autoridade de Saúde, como tem sido feita até agora”, frisou.

A medida vai afetar, sobretudo, os níveis de ensino mais baixos, já que as crianças entre os cinco e os 11 anos só começarão a ser vacinadas contra a covid-19 na região a partir do dia 17 deste mês.

Nos restantes níveis de ensino, a regra é igual, mas há maior probabilidade de os alunos já se encontrarem vacinados.

As aulas nos Açores serão retomadas na segunda-feira, estando prevista uma testagem em massa, com testes de saliva, para os alunos do 1.º e 2.º ciclos, nas escolas das ilhas Terceira e São Miguel (as duas em que está identificada a transmissão comunitária do SARS-CoV-2).

“Cada unidade de saúde de ilha está a proceder à organização operacional da testagem massiva nestes níveis de ensino até aos 12 anos, através de testes de saliva e, nas primeiras semanas do reinício do ano escolar, haverá essa testagem a todos os alunos dessa faixa etária”, salientou Clélio Meneses.

Questionado sobre o facto de a testagem abranger apenas os níveis de ensino mais baixos, o governante disse que “são os níveis de ensino que não correspondem aos alunos potencialmente vacinados”.

Quanto ao período escolhido para a realização dos testes, após o regresso às aulas, Clélio Meneses disse que “é em contexto escolar que há maior risco” e, por isso, é nesse momento que se deve “fazer uma avaliação de quem tem ou não tem infeção”.

A testagem deverá arrancar na segunda-feira, mas não há um prazo estipulado para a sua conclusão.

“Depende da capacidade de resposta das unidades de saúde e depende do evoluir da situação pandémica, com os constrangimentos que temos, em termos de respostas de vacinas, de testes, de internamentos e de isolamentos”, explicou o titular da pasta da Saúde.

Os Açores têm atualmente 2.676 casos ativos de infeção pelo SARS-CoV-2 que provoca a doença covid-19, dos quais 1.880 em São Miguel, 529 na Terceira, 173 no Faial, 48 no Pico, 29 nas Flores, oito em Santa Maria, sete na Graciosa e dois em São Jorge.

Estão internados nos três hospitais da região 25 doentes com covid-19, incluindo cinco em unidade de cuidados intensivos.

Segundo a Autoridade de Saúde Regional, 85,2% da população açoriana tem vacinação primária completa contra a covid-19 e 18,6% receberam a dose de reforço.

 

 

Lusa

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