Existe um creme anti-rugas produzido com algas e com efeito igual ao do botox. Existe e é português, produzido por uma empresa de biotecnologia de produtos naturais, todos com origem marinha e com diversas aplicações.
Uma delas na área da cosmética, um mercado que o novo produto promete revolucionar.
“É em creme, tem uma acção temporária e resolve um dos maiores problemas do ‘botox’, porque não há injecções nem precisa de ter o acompanhamento médico”, explica a presidente da Bioalvo, Helena Vieira.
“Outra vantagem é que, como é uma bactéria que se adapta ao laboratório, o custo é muito menor”, adianta à Renascença.
A Bioalvo é uma empresa portuguesa que funciona no campus da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Foi fundada em 2006, mas o projecto nasceu quatro anos antes, tendo ganho vários prémios em Portugal e Inglaterra.
A ideia era criar uma tecnologia biológica que permitisse descobrir medicamentos novos para doenças neurológicas.
Começaram a trabalhar com uma colecção de 300 bactérias guardadas no congelador da faculdade – microrganismos que tinham sido recolhidos a três mil metros de profundidade no mar dos Açores, nas zonas vulcânicas.
Depois dos testes, foram seleccionadas 140 bactérias. Helena Vieira diz que, depois de realizadas as pesquisas, chegou à conclusão de que as bactérias tinham propriedades que podiam ter outros fins, “na indústria farmacêutica, para a cosmética, nutrição, detergentes, têxteis”.
Trata-se de um trabalho que requer apenas uma viagem ao fundo do mar, “com um pequeno tubo, uma colher de areia e consegue-se isolar uma série de microorganismos que são depois trabalhados em laboratório”, explica a responsável da Bioalvo.
A maior parte dos clientes da empresa são estrangeiros. No ano passado, entrou no mercado norte-americano, assinou um acordo com um grupo farmacêutico, líder de mercado no desenvolvimento de novos medicamentos.
Fonte:Radio Renascença