O cabeça de lista do CDS-PP Açores às Eleições Legislativas de 27 de Setembro, Félix Rodrigues, lamentou, esta segunda-feira, o facto de “não existir em Portugal verdadeiras políticas” de aproveitamento do mar e dos recursos do mar.
Numa conferência de imprensa na cidade da Horta (a que designou de “Capital Açoriana do Mar”), ilha do Faial, junto à antiga fábrica da baleia de Porto Pim, Félix Rodrigues afirmou que “o mar é a nossa vocação” e criticou que, estando-se nos Açores, “ninguém fale do mar”, numa referência clara à campanha de ataques entre PS e PSD.
“Quando estamos nos Açores, com uma quantidade de terra tão exígua, mas um mar tão imenso, é estranho que só se pense nos bocadinhos de terra que temos e nos esqueçamos da imensidão do mar. Isto quer dizer que o mar é importantíssimo em qualquer política e que há que existir uma política eficaz para aproveitar recursos e o nosso País, principalmente nos últimos quatro anos, foi especialista a desperdiçar recursos e a desperdiçar os recursos do mar”, disse.
“Os açorianos são 250 mil pessoas, que são os guardiões das águas territoriais de 400 milhões de pessoas, ou seja, de um terço das águas territoriais da Europa. O mar é cheio de recursos inexplorados”, considerou.
Por outro lado, Félix Rodrigues disse estranhar que “o partido que está no poder (PS) e que se quer manter no poder tenha como um dos principais projectos e estruturantes para a sociedade portuguesa o TGV”, ao frisar que tal acontece porque o PS “não vê aquilo que é o nosso mar”.
Aliás, acrescentou, “basta ver que uma exploração eficaz dos recursos marinhos que nós temos garantiria, até 2012, um aumento de 12% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional, mais de 20 mil milhões de euros, por ano, que poderiam ser extraídos do mar”, enquanto que, destacou, “uma aposta no TGV corresponde a um aumento percentual de 1 a 1,5% do PIB, até 2018, com a hipoteca deixada para as duas gerações vindouras”.
Por isso, ressalvou o candidato popular, “é no mar que está o futuro da Nação Portuguesa”, defendendo que “são precisas parcerias com a Europa, pois não podemos ser guardiões sozinhos deste mar imenso”.
Concretamente, Félix Rodrigues advertiu para o facto de “ser preciso quotas para as pescas e que os pescadores açorianos sejam capazes de fiscalizar eficazmente as águas territoriais. Não podemos só ter mar sem fiscalização. Se fiscalizar-mos garantimos o sustento sustentável do futuro”.
Para o cabeça de lista centrista à Assembleia da República, “políticas não podem ser só para quatro anos”, uma vez que “é preciso pensar o futuro de forma sustentável, equilibrada, racional e que permita desenvolver o País não há custa de recursos importados, mas há custa daquilo que somos capazes de produzir”.
Para Félix Rodrigues “existem recursos desperdiçados”, recursos que tem a ver com “biotecnologia, produtos que podem ser usadas em farmácia, que nós não apostamos, não investimos, não investigamos; o mar é também turismo, é sustento, o mar é uma mais valia em todos os domínios do desenvolvimento”.
