Aumentar salário mínimo nos Açores penalizari​a empresas regionais – Governo açoriano

O vice-presidente do Governo dos Açores, Sérgio Ávila, reiterou hoje que um aumento do acréscimo dado na região ao ao salário mínimo nacional “penalizaria” a “competitividade” das empresas açorianas face às nacionais.
Um projeto de resolução do Bloco de Esquerda entregue no Parlamento dos Açores defende que mais 10 euros para o acréscimo dado ao salário mínimo nacional no arquipélago e mais 15 euros para o complemento dado às pensões.
“Aumentar os custos das empresas dos Açores em relação às congéneres nacionais fará com que estas empresas percam competitividade”, defendeu o vice-presidente do Governo Regional, ouvido na comissão de Economia do Parlamento açoriano.
Sérgio Ávila preconiza um aumento do salário mínimo mas no contexto nacional, defendendo que a sua posição sobre esta matéria é “exatamente contrária” à do ministro das Finanças, Vítor Gaspar.
Quanro ao complemento regional de pensão, Sérgio Ávila ressalvou o Governo açoriano já o aumentou em 3 por cento este ano, “acima do valor da inflação”.
Sérgio Ávila disse ainda que a proposta do Bloco de Esquerda não assegura “equilíbrio orçamental”, uma vez que geraria mais despesa no orçamento dos Açores.
 A deputada do BE no Parlamento dos Açores, Zuraída Soares, sublinhou que o aumento do salário mínimo constituiria uma “oportunidade” de “desfazer” a diferença salarial de 80 euros existente entre os trabalhadores privados dos Açores e do continente.
“O senhor vice-presidente do Governo tem um discurso contra o do Governo da República mas sem consequências”, referiu Zuraida Soares.
A deputada considera que estão em causa duas maneiras “completamente distintas” de ver a realidade e de perceber como se pode combater a austeridade “estúpida” que está em vigor no país.
“O Governo dos Açores critica, e bem, a austeridade, só que depois não tira as consequências. Pensar que é tirando aos trabalhadores poder de compra que as empresas podem sobreviver, é exatamente o contrário”, afirmou.
O deputado socialista Francisco César sublinhou também que a proposta do Bloco pode “prejudicar” a competitividade das empresas regionais, sobretudo as que competem com as nacionais, como acontece na construção civil e no setor exportador.
Já o deputado António José Marinho, do PSD, o maior partido da oposição nos Açores, referiu que um acréscimo ao salário mínimo nacional na região seria uma forma de “pressionar” as empresas num período em que não se está a revelar “fácil” sobreviver, gerando também mais desemprego.
A proposta do Bloco de Esquerda irá agora subir a plenário da Assembleia Legislativa Regional dos Açores.

 

Lusa

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