Banco Alimentar recolhe mais 30% de bens que nos ano passado

banco-alimentarAs recolhas deste fim-de-semana feitas em Portugal pelos voluntários dos Bancos Alimentares Contra a Fome atingiram 2498 toneladas de alimentos, superando em 30,9 por cento as 1908 toneladas obtidas em Novembro de 2008, anunciou a organização.

“Apesar do clima de profunda crise económica, os portugueses voltaram a dar prova de grande solidariedade e mobilização”, comenta Isabel Jonet, coordenadora dos Bancos Alimentares Contra a Fome, em nota distribuída nesta madrugada à imprensa.

A campanha foi realizada em 1323 superfícies comerciais das zonas de Abrantes, Algarve, Aveiro, Braga, Coimbra, Cova da Beira, Évora e Beja, Leiria-Fátima, Lisboa, Oeste, Portalegre, Porto, Santarém, Setúbal, S. Miguel, Viana do Castelo e Viseu.

 

A campanha, cujo lema foi “Dê a melhor parte de si ao Banco Alimentar: a sua solidariedade” suscitou “uma enorme adesão do público e dos voluntários que quiseram colaborar, refere Isabel Jonet. “As campanhas são extraordinárias cadeias de solidariedade onde cada elo – pessoas que colocam os seus donativos nos sacos do Banco Alimentar, voluntários que dão o seu tempo e trabalho e empresas que garantem seguros, transportes, refeições, segurança, limpeza – é indispensável e igualmente importante.”

 

Esta acção é realizada duas vezes por ano desde 1992.

Os géneros alimentares recolhidos serão distribuídos a partir da próxima semana a mais de 1650 Instituições de Solidariedade Social que os entregarão a cerca de 267 mil pessoas com carências alimentares comprovadas, sob a forma de cabazes ou de refeições confeccionadas, anuncia a organização.

Cerca de 27 mil voluntários disponibilizaram algum do seu tempo durante o fim-de-semana para participar em tarefas como a recolha nos estabelecimentos comerciais, o transporte, pesagem e separação dos produtos.

“Trata-se da maior acção de voluntariado organizada em Portugal, mostrando que a acção conjunta de todos os agentes de solidariedade gera resultados muito superiores aos que seriam obtidos se cada um deles resolvesse agir de forma isolada”, comenta Isabel Jonet.

Ao longo da próxima semana, até 6 de Dezembro, haverá ainda a possibilidade de contribuir para os Bancos Alimentares Contra a Fome através da Campanha “Ajuda Vale”, presente em todas as lojas das cadeias Pingo Doce/Feira Nova, Dia/Minipreço, El Corte Inglês, Jumbo/Pão de Açúcar, Lidl, Modelo/Continente.

 

Nesses estabelecimentos serão disponibilizados em suportes próprios cupões-vale de cinco produtos seleccionados (azeite, óleo, leite, salsichas e atum). Cada cupão representa uma unidade do produto, por exemplo, “1 litro de azeite”. Este cupão, para além de mencionar que se trata de uma entrega destinada aos Bancos Alimentares Contra a Fome, refere de forma clara a identificação do tipo de produto, da unidade e do correspondente código de barras, através do qual é efectuado o controlo das dádivas.

Ao efectuar o pagamento, o dador entrega o cupão “Ajuda Vale” na caixa registadora. A logística de recolha e transporte para os Bancos Alimentares contra a Fome fica a cargo da cadeia de distribuição aderente.

As doações – garante a organizacão – são auditadas por uma empresa externa especializada.

 

Também na rede de cerca 3800 lojas Payshop espalhadas por todo o País é possível contribuir para esta campanha, efectuando uma doação em dinheiro que será convertida em leite e dará lugar à emissão de recibo.

A actividade dos Bancos Alimentares Contra a Fome prolonga-se ao longo de todo o ano. Para além das campanhas de recolha em supermercados, organizadas duas vezes por ano, os Bancos Alimentares Contra a Fome recebem diariamente excedentes alimentares doados pela indústria agro-alimentar, pelos agricultores, pelas cadeias de distribuição e pelos operadores dos mercados abastecedores.

São assim recuperados produtos alimentares que, de outro modo, teriam como destino provável a destruição. Estes excedentes são recolhidos localmente e a nível nacional “no estrito respeito pelas normas de higiene e de segurança alimentar”, assegura Isabel Jonet. “Deste modo, para além de combaterem de forma eficaz as carências alimentares, os Bancos Alimentares Contra a Fome lutam contra uma lógica de desperdício e de consumismo, apanágio das sociedades actuais.”

 

Os Bancos Alimentares Contra a Fome distribuem, ao longo de todo o ano, os géneros alimentares recorrendo a Instituições de Solidariedade Social por si seleccionadas e acompanhadas em permanência. Incentivam as visitas domiciliárias e o acompanhamento muito próximo e individualizado de cada pessoa ou família necessitada por estas instituições, de forma a ser possível efectuar, em simultâneo, um trabalho de inclusão social.

Em 2008, os catorze Bancos Alimentares Contra a Fome operacionais distribuíram um total de 17 500 toneladas de alimentos (equivalentes a um valor global estimado superior a 27 352 milhões de euros), ou seja, um movimento médio de 69,4 toneladas por dia útil.

Em 1992, nasceu em Portugal o primeiro Banco Alimentar Contra a Fome seguindo o modelo dos “Food Banks” norte-americanos, à altura já implantado na Europa, em França e na Bélgica. Estão actualmente em actividade no território nacional 17 Bancos Alimentares, congregados na Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares, com o objectivo comum de ajudar as pessoas carenciadas, pela doação e partilha.

Existem 282 Bancos Alimentares operacionais na Europa, que em 2008 distribuíram 294 500 toneladas de produtos a 4,5 milhões de pessoas, através de 27 000 associações.

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