“Há matéria mais do que suficiente para investigar”, afirmou Zuraida Soares, referindo-se aos “graves e sérios” problemas de subfinanciamento do Serviço Regional de Saúde e ao alegado “secreto negócio” do Centro de Radioterapia dos Açores, mas frisou que discorda do momento escolhido pelo principal proponente da comisão, o CDS-PP.
Para Zuraida Soares, que falava numa conferência de imprensa na Horta, Faial, não será possível no prazo de 90 dias chegar a conclusões que tenham consequências antes das eleições regionais previstas para outubro.
“Vamos cobrar responsabilidades a quem, se, a partir de outubro, haverá outro governo, independentemente da sua cor partidária?”, questionou, acrescentando que se recusa a entrar no que considerou serem “jogos eleitorais”.
A decisão de Zuraida Soares não suscitou comentários por parte da presidente da comissão, a deputada socialista Isabel Rodrigues, que, à saída da primeira reunião, elogiou apenas o facto de o BE ter comunicado pessoalmente a decisão de não participar nos trabalhos.
Isabel Rodrigues manifestou a intenção de apresentar o relatório final da comissão antes do prazo de 90 dias fixado pela Assembleia Legislativa dos Açores, acrescentando que os deputados que integram a comissão vão reunir na próxima semana, em Ponta Delgada, para definir a metodologia dos trabalhos.
Na primeira reunião, hoje realizada na Horta, a comissão parlamentar de inquérito elegeu apenas a mesa, presidida por Isabel Rodrigues, que terá como secretários os deputados Nélia Amaral, do PS, e António Marinho, do PSD.
Esta comissão parlamentar de inquérito foi criada por proposta potestativa subscrita por deputados do CDS-PP, PSD, PCP e PPM, tendo como objetivo investigar os gastos e investimentos do Governo Regional no setor da saúde.
A sua composição integra 13 deputados, dos quais sete do PS, dois do PSD e um de cada um dos restantes partidos com assento parlamentar.
Lusa