BE apresenta voto de protesto pela “inoperância” do Governo no processo de abastecimento à ilha das Flores

O Bloco de Esquerdo apresentou esta terça-feira, na Assembleia Legislativa Regional, um voto de protesto, “pela incapacidade, inoperância, desorganização e descoordenação  do Governo Regional” no processo de abastecimento à ilha das Flores, depois da destruição do Porto das Flores, pela passagem em outubro ultimo, do furacão Lorenzo na Região, e que deixou a ilha com falta de produtos alimentares e bens de primeira necessidade.

O voto de protesto mereceu o apoio de todos os partidos da oposição, mas foi rejeitado pelos votos dos deputados do PS, que reconhecendo que “nem tudo correu conforme o planeado”, enumerou serem vários os intervenientes no circuito, sendo este um “processo com alguma complexidade”, referindo que o voto omite os constrangimentos resultantes das condições atmosféricas adversas.

Paulo Mendes afirmou que “eram esperadas do Governo Regional – como haviam sido prometidas – medidas que a curto prazo permitissem um abastecimento, o mais regular possível, que devolvesse alguma previsibilidade e segurança à ilha”, e que embora “a senhora secretária regional das Obras Públicas e Transportes tenha afirmado que o abastecimento de mercadorias ao Grupo Ocidental é uma preocupação do Governo todos os dias, a verdade é que o Governo não tomou as medidas necessárias para evitar a situação de escassez de produtos nos estabelecimentos comerciais que se veio a verificar”, concluiu o deputado do Bloco de Esquerda.

E embora o protesto tenha sido coincidente com a chegada do navio “Malena” à ilha das Flores, toda a oposição apontou o dedo à “falta de ação” do Governo Regional nos últimos meses, tendo o executivo “atuado sempre a reboque da posição dos empresários locais e dos partidos da oposição. Só em situação extrema é que reconheceu que era necessário apelar à Marinha e à Força Aérea para reabastecer as ilhas das Flores e Corvo”, disse a propósito o social-democrata Luís Maurício, na Assembleia Legislativa dos Açores, salientando que a decisão do Governo Regional de solicitar a colaboração das Forças Armadas foi “tardia”, considerando que “faltou eficácia” ao executivo para “atender de forma célere as necessidades das populações” das ilhas do Grupo Ocidental.

A propósito, o Presidente do Grupo Parlamentar do CDS-PP/Açores, Artur Lima, afirmou que, apesar da urgência na resposta, “é uma falha grave do Governo Regional e das várias instituições envolvidas, que passados três meses, ainda tenha sido reposta a regularidade no abastecimento às Flores e Corvo”, afirmando que a situação exige solidariedade nacional e regional.

“É incompreensível que a República disponibilize dinheiro para participar em missões militares internacionais, enquanto alegadamente ‘cobra’ à Região Autónoma dos Açores o auxílio prestado pelas Forças Armadas nas ilhas das Flores e no Corvo”, manifestou o líder centrista.

O Partido Comunista Português e o Partido Popular Monárquico, cujos representantes parlamentares são residentes nas ilhas Flores e Corvo, respectivamente, referiram “abandono e incompetência” na acção do Executivo, que “não teve o cuidado que os florentinos desejavam para com a ilha”, considerando o PPM, que o Governo “não tinha nenhum plano de contingência preparado para assegurar o abastecimento aéreo das ilhas do Grupo Ocidental, reagindo agora sob forte pressão da opinião pública das duas ilhas”.

Sobre esta matéria, e ainda no decorrer dos trabalhos parlamentares desta terça-feira, Vasco Cordeiro assegurou que “o Governo dos Açores, desde a primeira hora e até hoje – e para além de hoje – acompanha de forma próxima e cuidada as consequências que derivam, para as Flores e para Corvo, assim como para as outras ilhas, da passagem do furacão Lorenzo”, relembrando que desde 13 dezembro, a ilha das Flores recebeu cerca de 30 toneladas de carga de vária ordem por via aérea e marítima, também com o apoio das Forças Armadas, enquanto o Corvo foi abastecido, desde 05 de dezembro, com cerca de sete toneladas de bens, também por via aérea.

Na sua intervenção, o Presidente do Executivo, adiantou ainda que, agora que está testada a capacidade de atracagem do navio ‘Malena’ nas Flores, o Corvo poderá voltar a ser abastecido a partir desta ilha, retomando-se, assim, o circuito logístico que funcionava antes da passagem do furacão Lorenzo.

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