O Bloco de Esquerda revelou hoje que vai apresentar no parlamento a criação do Rendimento Social dos Açores (RSA), uma medida que “pretende compensar as pessoas que perderam o acesso ao Rendimento Social de Inserção (RSI) por via dos cortes impostos pelo Governo da República”, proposta que tinha sido já apresentada pelo BE no âmbito da discussão do Plano e Orçamento dos Açores para este ano, e que foi chumbada.
“As 600 pessoas que perderam o acesso ao RSI, não o perderam porque não precisavam, mas simplesmente porque o Governo da República decidiu restringir o acesso a este apoio social. Estas pessoas continuam a precisar de apoio para viver com dignidade”, disse esta tarde a coordenadora do Bloco de Esquerda, Lúcia Arruda.
“Existem 30 mil desempregados nos Açores, 20% dos quais não recebe qualquer apoio do Estado, 18 mil beneficiários do RSI, sendo que no último ano 600 pessoas foram excluídas deste apoio, e que o abono de família foi cortado a 500 pessoas. Tudo isto, a juntar a baixos salários e baixas pensões, faz com que existam muitos casos de fome nos Açores”, alertou, insistindo que o Governo Regional deve tomar medidas que contrariem o impacto das políticas do Governo da República do PSD/CDS: “nomeadamente aumentando o salário mínimo regional e as pensões mais baixas”.
Lúcia Arruda que visitou esta tarde o projeto da Cresaçor – Sertã Solidária, em Ponta Delgada, apelou ao Executivo Regional que invista mais neste tipo de projetos, garantindo que as instituições não estão a conseguir dar resposta aos inúmeros pedidos que recebem diariamente.
O Sertã Solidária distribui refeições cedidas por restaurantes a pessoas com carências alimentares, e apesar de haver muitos mais restaurantes disponíveis para entregar comida todos os dias, não há capacidade logística para recolher esta comida e levá-la a quem precisa, lamentam os responsáveis do projeto que consideram que é necessário expandir o projeto a outras localidades, e por um período maior – neste momento apenas existe distribuição em Ponta Delgada, de segunda a quinta-feira – mas sem mais recursos humanos isto não é possível, desabafam.
