O Bloco de Esquerda acusou o Governo Regional de pretender alterar a logística do transporte de mercadorias no arquipélago, criando plataformas de baldeamento e distribuição nas ilhas de São Miguel e Terceira, que estão inscritas no Plano Regional de Ordenamento de Território dos Açores (PROTA), “como se tudo isto se tratasse de distribuição de sinal de televisão ou internet, sem olhar às suas nefastas consequências, só para satisfazer ‘egos’ ou justificar ‘elefantes’”.
Apesar de o secretário regional do Ambiente e do Mar ter já afirmado que o PROTA não é um plano de investimentos do Governo, fica claro, no entanto, que a referência à criação destas plataformas logísticas neste plano dá a indicação de onde é mais aconselhável investir, quando não há qualquer estudo, credível ou não, que suporte esta decisão.
“Mesmo admitindo a aberração da existência de entrepostos de baldeamento, a que o Governo tenta, pomposamente, chamar plataformas logísticas, quando sabe que estas são impraticáveis entre nós”, o Executivo Regional “insiste no seu objectivo, chegando mesmo a considerar irrelevante o facto do Grupo Parlamentar que o suporta querer introduzir uma operação de cosmética, trocando o “devem” pelo “podem” e acrescentando um “eventualmente”. “No nosso ponto de vista é realmente irrelevante, porque não altera a vontade política subjacente, essa, sim, bem clara”, concluiu Mário Moniz.
Uma eventual criação de plataformas logísticas em portos dos Açores seria apenas mais um sinal do desinvestimento do Governo Regional nas ilhas mais desfavorecidas, que levaria ao aumento do desemprego e ao agravamento dos problemas sociais. Isto porque o tipo de transporte marítimo local prescinde de vários serviços portuários, da consignação dos agentes de navegação e de alguns transitários, uma vez que utiliza, quase em exclusivo, a paletização de mercadorias.
