Berta Cabral diz que “falta da sustentação” da economia regional ameaça Estado social

A presidente do PSD/Açores, Berta Cabral, afirmou hoje que a atual crise económica demonstrou a “falta de sustentação” da economia açoriana e está a “ameaçar” o Estado social implantado no arquipélago pelo regime autonómico.

“A situação atual dos Açores preocupa-nos mas não nos desmotiva. Temos vontade de mudar e temos soluções para melhorar”, afirmou Berta Cabral, defendendo a necessidade de “fortalecer os equilíbrios em que assenta o Estado social nos Açores”.

Para a líder regional social-democrata, “há que arrancar com um novo ciclo da economia açoriana, que se distinga pela criação de riqueza e de emprego”.

Berta Cabral falava na abertura da primeira conferência do ciclo ‘Conferências da Autonomia’, dedicada ao emprego, que contou com a presença de João Proença, secretário-geral da UGT.

Na sua intervenção, a presidente do PSD/Açores considerou que o Estado social “não é uma opção, é uma obrigação”, atendendo aos condicionalismos impostos pela dimensão das ilhas, a sua dispersão geográfica e a distância da região dos grandes centros.

“Os açorianos, tal como as suas importações e exportações, têm que percorrer 1.500 quilómetros até Lisboa e 3.900 quilómetros para chegar a Nova Iorque”, frisou, acrescentando que o arquipélago se estende por 600 quilómetros, de Santa Maria ao Corvo.

A estes problemas, Berta Cabral juntou mais “duas fortes ameaças”, a demográfica e a financeira, alertando para a concentração populacional em duas ilhas, onde vivem 78 por cento dos açorianos, e para o envelhecimento da população, mas também para os “tempos difíceis” das finanças públicas regionais.

“A situação demográfica e a condição financeira têm reflexo imediato nos apoios que o Estado social presta aos mais fragilizados”, afirmou, salientando que “o equilíbrio do Estado social sente estas duas ameaças”.

Para inverter este quadro, defendeu “um novo ciclo que fortaleça os equilíbrios do Estado social, que não mande pessoas para o desemprego, mas que crie mais postos de trabalho”.

“Um novo ciclo capaz de criar oportunidades para todas as ilhas”, frisou Berta Cabral, retomando uma das principais ideias da sua campanha para as eleições regionais de outubro.

Nesse sentido, defendeu que “cada ilha é uma realidade concreta e específica, com muito de igual às outras mas também com muito de diferente”, considerando que “as diferenças são para respeitar”.

“Há que definir a vocação de cada ilha, identificar os seus constrangimentos e as suas potencialidades, definir e executar os projetos que são estruturantes para o seu desenvolvimento económico e social”, afirmou, salientando a necessidade de “envolver os parceiros sociais, as entidades públicas e privadas e o poder local na preparação de um verdadeiro Plano Estratégico de Desenvolvimento Integrado para cada ilha”.

 

Lusa

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