Bloco acusa Carlos César de “encobrir a realidade” sobre a situação das famílias dos Açores

Foto de Arquivo
O BE/Açores acusou hoje o presidente do PS, Carlos César, de estar a “encobrir a realidade” sobre a situação económica das famílias nos Açores nas “infelizes declarações” tidas recentemente num evento da JS da região.

Segundo uma nota de imprensa dos bloquistas, as palavras de Carlos César “não passam de uma tentativa de encobrimento grosseiro da realidade e do desastre que tem sido a política de distribuição de rendimentos da governação do PS, que tem acentuado a pobreza na região”.

Carlos César afirmou no sábado, numa iniciativa promovida pela JS/Açores, haver “muita economia informal” na região, “muita economia não declarada”, de “rendimentos não detetados”.

“O combate à pobreza é um combate essencial”, prosseguiu, mas “os Açores são menos pobres do que se diz”.

E justificou: “As famílias têm mais rendimento do que a estatística aparenta”.

De acordo com o Bloco, a taxa de pessoas em risco de pobreza nos Açores “é a maior do país – 31,8%, o que corresponde a 80 mil açorianos e açorianas –, enquanto a taxa nacional é de 17,3% da população”.

“Ao mesmo tempo, Carlos César quer fazer esquecer que é nos Açores que a desigualdade da distribuição da riqueza é também a maior do país”, frisa o BE/Açores, liderado por António Lima.

Referindo-se especificamente à declaração do ex-presidente do Governo Regional dos Açores de que há muito rendimento não declarado na região, o BE/Açores refere que os responsáveis pela economia paralela “não são os trabalhadores por conta de outrém, que, para alimentar as suas famílias, são obrigados a trabalhar por baixos salários, muitas vezes abaixo do salário mínimo, com vínculos precários e à hora, e onde o salário médio é quase 100 euros abaixo do nacional”.

“O que Carlos César quer esconder, mas tem de explicar, é como é que, entre 2011 e 2013, anos de quebras muito significativas do Produto Interno Bruto (PIB), a coleta média do IRC foi de 40,6 milhões de euros por ano e, entre 2017 e 2019, com crescimentos do PIB significativos, a coleta média foi de 43,3 milhões de euros por ano.

O Bloco adianta que o aumento de “apenas 2,7 milhões de coleta anual de IRC, em conjunturas económicas tão diferentes, é um valor insignificante”, questionando-se sobre “para onde foram os lucros das empresas nos últimos anos”.

Aquela força partidária recorda que, em 2008, Carlos César fez uma campanha eleitoral “assente na ideia de que a crise não chegava aos Açores, devido às políticas socialistas”, mas “depois, foi o que se viu: desemprego, dor e sofrimento em milhares de lares açorianos”.

O BE/Açores considera que a sua credibilidade “nesta matéria é muito fraca” e que “encobrir a realidade é mau presságio para o que se exige neste momento, que são novas políticas públicas de combate à crise de forma séria e que não deixem ninguém para trás”.

 

 

Lusa

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