José Manuel Bolieiro defendeu hoje como fundamental a existência de um sistema rápido e barato de transportes marítimos que beneficie Ponta Delgada, tendo em conta que o porto desta cidade movimenta anualmente cerca de 1,5 milhões de toneladas de mercadorias, ou seja, mais de metade do total de todas as cargas movimentadas nos portos da Região.
“O mar tem de ser um aliado da economia e constituir-se num ativo gerador de riqueza e de criação de emprego. A situação em vigor é penalizante para os utentes e para os produtores, pois conduz a custos com o transporte marítimo muito elevados e dificulta altamente o mercado interno” – sublinhou, referindo-se ao facto de cerca de 80% da carga com destino aos Açores ficar apenas em dois portos (Ponta Delgada e Praia de Vitória) e a partir daí se fazer a distribuição pelas restantes ilhas açorianas “encarece os fretes”, preconizando um novo modelo para os transportes marítimos na Região.
O Presidente da Câmara de Ponta Delgada defendeu um navio de maior dimensão, com maior velocidade transportando apenas os contentores destinados apenas a São Miguel e Santa Maria, entendendo que no que concerne à distribuição pelas restantes ilhas, seria aconselhável navios do tipo Ro-Ro (navios com rampa de popa), o que “permitiria maior rapidez de descarga/carga, com o transporte em contentor ou em outros veículos”, desde que os portos ou os operadores estivessem devidamente equipados para satisfazer a procura, especialmente no transporte de contentores.
Bolieiro defendeu ainda, ligações mais baratas no transporte marítimo de passageiros entre todas as ilhas, um” ferry para passageiros e carga”, que operasse todo o ano, ligando “Ponta Delgada a Santa Maria e à Praia da Vitória”.
O autarca, que falava no encontro “O mar e a engenharia como pilares do desenvolvimento da Região Autónoma dos Açores”, promovido pela Secção Regional da Ordem dos Engenheiros acredita assim ser ”possível diminuir o custo do transporte entre São Miguel e o continente e as outras ilhas, e é possível contribuir para o desenvolvimento do mercado interno”.
