“A UE tem que adotar uma organização no plano monetário, orçamental, económico, político e de defesa mais integrada, mais forte e mais coesa. Não há nenhuma razão para que a Europa não compreenda que a sua salvaguarda, o seu poder e a sua qualificação dependem de uma organização como a que têm os EUA”, afirmou o presidente do executivo regional.
Para Carlos César, Portugal “não tem mais independência pelo facto de não haver Estados Unidos da Europa, pelo contrário, tem menos independência porque está sujeito à discricionariedade dos mercados, dos analistas e dos especuladores financeiros internacionais”.
O presidente do Governo dos Açores, que falava num pequeno-almoço que lhe foi oferecido pela Portuguese-American Leadership Council of United States (PALCUS), nos EUA, manifestou “grandes preocupações com a evolução europeia”.
“A UE continua desencontrada, apostada numa desregulação e numa atitude de expectativa em relação a milagres que não podem advir do simples funcionamento do mercado”, alertou.
Para Carlos César, “há uma falta manifesta de liderança que permita a mudança que a Europa carece para sobreviver”, frisando que “a Europa não sobrevive pelo facto de um ou dois países prosperarem, porque os países que estiverem a crescer precisam de mercados, especialmente dos mais próximos, para continuar a produzir e vender”.
“A verdade é que a situação que hoje se vive em alguns países, como a Alemanha, não será sustentável se a periferia europeia prosseguir num clima de degradação das contas públicas que vai fazer perigar o conjunto europeu”, afirmou.
Por essa razão, manifestou a esperança de que “este marasmo, esta situação de paralisia em que Europa vive, seja alterado o mais rapidamente possível”.
Lusa