O ex-presidente do Governo dos Açores Carlos César defendeu hoje a formação de um Governo de salvação nacional que integre os “principais partidos”, mas saído de eleições legislativas antecipadas a realizar o mais depressa possível.
Em declarações aos jornalistas em Ponta Delgada, Carlos César defendeu a realização de eleições num curto período de tempo, “três meses”, de forma a fazer um “refrescamento” e um “esclarecimento” da representatividade dos partidos junto dos eleitores.
Na sequência dessas eleições, defendeu, deve ser formado um Governo de salvação nacional, que inclua os “principais partidos portugueses”.
“A situação portuguesa é absolutamente dramática e não dispensa um acordo de regime”, afirmou.
Para o presidente honorário do PS/Açores, o país precisa agora de formar um novo Governo para uma legislatura de quatro anos, que seja “forte”, “coeso” e com “estratégia”.
“Depois deste programa da ‘troika’, é absolutamente necesário outro programa, esperamos que no quadro europeu, que permita uma reinserção condicionada do país nos mercados. (…) Significa que estamos agora a entrar no periodo mais dificil, que se prolongará por dois ou três anos de grande dificuldade. O pior seria intervalar esse período com a realizaçao de eleiçõees legislativas. É necessário antecipá-las (…), refrescar a legitimidade política e social do Governo e termos um Governo forte para os próximos quatro anos, que seja capaz de fazer o resto deste período condicionado com o programa da ‘troika’ e preparar essa transição no quadro de um programa de proteção europeu”, afirmou.
Para Carlos César, o Presidente da República tem hoje “justamente” uma “última oportunidade para demonstrar que os problemas do país podem ser resolvidos no quadro institucional” e “não na arruaça e na rua”.
“Esse é o papel que o Presidente da República tem neste momento e que não pode declinar no exercício da sua função arbitral, que é essencial. O Presidente da República deve preparar os próximos quatro anos, deve preparar uma legislatura completa que permita, através deste refrescamento eleitoral, um acordo genuíno, forte, duradoutro, entre os principais partidos portugueses”, sublinhou.
Quanto ao PS, disse que “tem, até por demérito dos seus adversários, todas as condições para recolher a preferência dos portugueses e ser chamado à liderança deste novo período, mas não basta o PS”.
“Estamos numa situação tão grave que é preciso mais que o PS. Agora, o que seguramente não serve é substituir um Governo instável por um Governo mais precário e mais instável ainda e apenas por dois anos”, acrescentou.
Lusa