Carta “será hoje certamente” entregue em Bruxelas – Governo

bruxelas-parlamento-europeuA carta do Governo português com os argumentos contra a aplicação de sanções a Portugal devido ao défice excessivo chegará “certamente” hoje à Comissão Europeia, disse em Bruxelas a secretária de Estado dos Assuntos Europeus.

“Penso que a carta se não chegou está a chegar. Será hoje certamente”, disse, quando questionada sobre os “argumentos fundamentados” que o Governo deve apresentar à Comissão Europeia, como resposta ao processo de sanções aberto pela União Europeia devido ao défice excessivo.

Margarida Marques observou que “a Comissão conhece os argumentos portugueses”, constituindo a carta a oportunidade “que os países têm de contra-argumentar relativamente aos argumentos da Comissão”.

“Na prática, é darmos as informações e os argumentos necessários para fundamentarmos a posição portuguesa. A Comissão deverá agora olhar para a carta e tomar uma decisão na sequência da reunião do Ecofin”, a reunião dos ministros das Finanças da UE, a 12 de julho, que adotou a recomendação da Comissão, abrindo assim caminho à aplicação de sanções a Portugal e Espanha.

Pouco antes das declarações da secretária de Estado dos Assuntos Europeus, à margem de uma reunião dos chefes de diplomacia da UE, a Comissão Europeia indicara que ainda não recebera a carta por parte das autoridades portuguesas.

Apesar de o Governo ter um prazo até à próxima sexta-feira para apresentar os seus argumentos com vista à redução da multa a propor pelo executivo comunitário, que pode ir de “zero” a 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB), a carta é esperada a qualquer momento pelo executivo comunitário, que, por seu turno, tem um prazo de 20 dias desde a reunião de ministros das Finanças da UE da passada terça-feira para adotar as suas propostas.

Entretanto, foram disponibilizadas no Portal do Governo as alegações de Portugal, compostas por uma carta assinada pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, de cinco páginas, e um anexo de nove.

O Governo respondeu à Comissão Europeia reiterando que a adoção de sanções seria injusta, porque Portugal está “no caminho certo para eliminar o défice excessivo”, e teria “um impacto altamente negativo” no apoio do povo português ao projeto europeu.

Nas conclusões das alegações fundamentadas de Portugal no âmbito do processo de apuramento de eventuais sanções, assinadas pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, sublinha-se que “além dos danos económicos e financeiros” a adoção de sanções “teria um impacto altamente negativo no nível de apoio ao projeto europeu em Portugal, que tem sido largamente consensual desde 1976”.

“Por estas razões, as sanções nunca seriam compreendidas pelo povo português”, afirma Mário Centeno.

Antes, o ministro das Finanças, que se diz disponível para esclarecimentos adicionais, reitera que a aplicação de sanções a Portugal seria injustificada porque “o país está no caminho certo.

 

Lusa

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