CDS-PP acusa Governo Regional e APIA de omissão de informações sobre projeto do centro de radioterapia

O presidente do CDS-PP dos Açores, Artur Lima, acusou o Governo Regional e a Associação para a Promoção do Investimento no arquipélago (APIA) de omitirem informações sobre o processo para instalação de um serviço de radioterapia nas ilhas.

 

Em declarações à agência Lusa, Artur Lima afirmou que nos trabalhos da comissão inquérito à atividade da Secretaria Regional da Saúde, tanto o secretário regional Miguel Correia, como o presidente da APIA, Gualter Couto, “esconderam” ter já sido tomada uma decisão sobre a matéria, “omitindo”, também, documentação constante do processo.

Citando documentos que disse ter na sua posse, o dirigente do CDS-PP assegurou ter indicação de que se prepara a escolha do projeto de um dos dois concorrentes interessados no empreendimento que prevê a implantação do centro de radioterapia dos Açores na ilha de S. Miguel.

A concretizar-se a seleção desse concorrente, só em finais de 2014 é que o arquipélago teria serviços de radioterapia, quando a outra proposta apresentada permitiria o arranque da valência no Hospital da Ilha Terceira, onde há espaço disponível, até final deste ano, disse Artur Lima.

Além de sublinhar os “custos humanos” que representa o adiamento da entrada em funções do centro de radioterapia no arquipélago, o presidente do CDS-PP/Açores admitiu a existência de “interesses duvidosos” em todo o processo.

Defendeu, por isso, a sua urgente reavaliação ou, em alternativa, que uma decisão sobre a matéria só seja adotada depois das próximas eleições regionais, a realizar em finais de setembro ou outubro.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da APIA disse que qualquer decisão sobre o investimento em causa compete “em exclusivo ao Conselho do Governo Regional”.

Numa referência à alegada “omissão de informações”, Gualter Couto assegurou, por outro lado, que todos os documentos relativos ao processo em posse da APIA foram canalizados para a comissão através do Governo Regional.

“Em sede de comissão nenhum deputado me pediu qualquer tipo de documentação”, acrescentou.

Entretanto, através de nota à imprensa, o Governo Regional referiu, citando dados da APIA, que “as empresas interessadas em explorar os serviços de radioterapia nunca apresentaram propostas efetivas para a extensão desses serviços” à ilha Terceira.

“Em sede das respetivas candidaturas, os promotores reservam apenas umas curtas linhas a manifestar interesse em instalar, também, o serviço de radioterapia no Hospital da Ilha Terceira, mas quando o mercado o justificar”, adianta.

A nota do Governo Regional precisa que, “mais tarde, um dos promotores enviou uma carta a indicar que o montante previsto para o investimento para a ilha Terceira, quando realizasse o projeto, seria da ordem dos três milhões de euros”.

Segundo o executivo, “face a esta indicação, a APIA solicitou, por escrito, a esse promotor, a reformulação do estudo de viabilidade económico-financeiro, colocando esse montante no mapa de investimentos e fazendo refletir esses dados no mapa de exploração”.

As indicações da APIA revelam, porém, que “o promotor (em causa) não deu qualquer resposta”, só podendo, por isso, “ser consideradas as propostas referentes ao investimento em Ponta Delgada”.

 

Lusa

Pub

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here