
“O CDS-PP sempre defendeu, e defende, uma mudança radical de paradigma. O pilar de qualquer sistema de saúde deve ser o doente e a porta de entrada no Serviço Regional de Saúde têm que ser os cuidados primários”, afirmou o líder parlamentar do CDS-PP, Artur Lima, numa intervenção política na Assembleia Legislativa dos Açores.
A política de saúde do executivo regional socialista dominou os trabalhos parlamentares durante a manhã de hoje, já que as duas declarações políticas apresentadas, do PSD e do CDS-PP, foram dedicadas a este setor, com muitas críticas ao secretário regional da Saúde, Miguel Correia.
Na intervenção que proferiu no plenário, Artur Lima recordou várias iniciativas do CDS-PP para melhorar o Serviço Regional de Saúde que não foram, no seu entender, devidamente aproveitadas pelo executivo socialista, entre as quais os apoios à fixação de médicos, o projeto do Enfermeiro de Família e o Vale Saúde.
Artur Lima retomou ainda as críticas ao Governo dos Açores por ter encerrado a Unidade de Cuidados Intensivos Coronários no novo Hospital da Terceira, que considerou ser uma decisão “incompreensível, inaceitável e reprovável”.
A primeira resposta veio da bancada socialista, com o deputado José San-Bento a destacar a “grande melhoria” verificada nos cuidados prestados nas unidades de saúde da região.
“É verdade que acumulamos dívida na saúde, mas foi para modernizar o sistema e melhorar a acessibilidade dos açorianos ao sistema”, frisou, rejeitando a “tentativa de criar um pelotão de fuzilamento” contra o secretário regional da Saúde.
Por seu lado, Miguel Correia também rejeitou as críticas ao seu desempenho, defendendo que “não se pode falar de um falhanço”, já que o executivo socialista “melhorou e muito as infraestruturas da saúde na região”.
O secretário regional da Saúde rejeitou ainda que tenham sido iniciativa do CDS-PP alguns dos exemplos referidos por Artur Lima, nomeadamente o Enfermeiro de Família, que frisou ser um projeto da Ordem dos Enfermeiros, de que o CDS-PP se “aproveitou”.
Pedro Gomes, do PSD, que já tinha atacado a política de saúde do Governo dos Açores na declaração que apresentou esta manhã, voltou ao tema para considerar que o executivo regional “confunde política de saúde com a construção de infraestruturas”.
O deputado regional social-democrata reafirmou ainda que “os Açores não têm condições para resolver sozinhos” a questão da dívida do setor da saúde, defendendo a necessidade de um “entendimento com a República”.
Lusa