O líder do CDS/PP nos Açores alertou hoje para a necessidade de haver “muito rigor” na análise dos projetos candidatos a incentivos públicos, apontando que há “vários exemplos megalómanos” na região que foram apoiados mas acabaram por falir.
“Estamos um bocadinho fartos de se esbanjar dinheiro nos Açores em projetos megalómanos e infelizmente exemplos não faltam na região”, afirmou Artur Lima, em declarações aos jornalistas.
O líder regional do CDS/PP falava após uma visita à BripelAçores, em Ponta Delgada, uma empresa que produz biomassa através do aproveitamento de resíduos de madeira.
Esta empresa, cujo sócio-gerente venceu o primeiro prémio do concurso regional de empreendedorismo, produz e comercializa “briquetes” (cilindros de madeira compactada para serem utilizados em lareiras, churrasqueiras ou fornos de padarias) e “pellets” (pequenos cilindros de madeira, também compactada, usados para aquecimento de residências e na indústria).
Artur Lima, que considerou a empresa exemplo de “um projeto bem estruturado e com futuro”, frisou que os incentivos devem ser dados analisando os projetos “com muito rigor e deve ser tida em conta a sua sustentabilidade de futuro e não a sua megalomania”, pois “está-se a usar dinheiro dos açorianos”.
“Infelizmente, o sistema de incentivos [do Governo Regional] nem sempre atende à qualidade do projeto, mas atende à qualidade promotora do empresário que pede e essa qualidade nem sempre é a qualidade de empresário. Pode ser a qualidade de amigo do Partido Socialista”, afirmou Artur Lima, que apontou haver “vários exemplos” de projetos apoiados e que “depois faliram”.
Artur Lima apontou o caso da “massificação do turismo”, alegando que se apostou “em vários hotéis que já fecharam” e outros por acabar, como é o caso do Hotel Casino, em Ponta Delgada.
“Temos vários exemplos megalómanos que foram apoiados, e que depois faliram, de dezenas de milhões de euros”, criticou, insistindo na necessidade de “uma análise rigorosa à sustentabilidade” do projeto para evitar “elefantes brancos daqui a uns tempos”.
No caso do projeto que hoje visitou, disse ter ficado “muito satisfeito por ver uma empresa de sucesso que foi inovadora e que foi até uma ideia premiada”, mas que “infelizmente parece que não é prezada agora pelo novo Governo que ganhou as eleições” regionais.
Lusa
