CDS\PP quer respostas sobre transporte maritimo e obras de ampliação da pista do aeroporto de São Jorge

As ligações marítimas entre as “Ilhas do Triângulo” (São Jorge, Pico e Faial) e as obras de ampliação da pista do aeroporto de São Jorge foram preocupações manifestadas, esta terça-feira, pelo Deputado do CDS-PP Açores Luís Silveira, no Parlamento Açoriano, nomeadamente porque os barcos andam com problemas e as obras do aeroporto não avançam.

 

“O CDS-PP sempre tem defendido um serviço público de transporte marítimo diário para as chamadas Ilhas do Triângulo. Existe procura para que tal seja uma realidade”, disse o parlamentar centrista, lembrando que, em 2006, “o então Secretário Regional da Economia, anunciou que ‘o transporte marítimo de passageiros nas Ilhas do Triângulo vai passar a ser assegurado, durante todo o ano, por dois navios de cerca de 40 metros, orçados em seis milhões de euros, e terão uma capacidade na ordem dos 300 passageiros e 15 viaturas’ ”.

 

A questão é  que tal nunca aconteceu: “Em Fevereiro deste ano, dado o esquecimento governamental de tal desiderato, através de requerimento, questionei o Governo Regional sobre esta matéria: Os dois novos barcos anunciados em 2006 sempre serão construídos? Em caso afirmativo, quais as previsões de custos e prazos para a execução dos mesmos e qual será a sua finalidade? O CDS-PP não obteve respostas”, afirmou.

 

Entretanto, o Deputado popular lamentou que, “em Março último, após Visita Estatutária a São Jorge, o Governo volta a usar das suas capacidades de comunicação para reforçar, então, meio anúncio: ‘iniciar os procedimentos necessários à constituição de obrigação de serviço público do transporte marítimo de passageiros entre São Jorge, Pico e Faial, com o objectivo de assegurar uma ligação diária entre estas ilhas durante todo o ano’ ”.

Silveira considera “meio anúncio” porque o último comunicado do Governo fala apenas nas ligações marítimas diárias, mas já não faz referência “aos novos barcos de 40 metros e seis milhões”.

 

“Ora, impõe-se reforçar a pergunta: afinal vamos ter ligações diárias no Triângulo e com que barcos?”, questionou, acrescentando ainda outra dúvida: “Para quando estima o Governo avançar com a repetidamente prometida ampliação do Porto Comercial de São Jorge?”. 

 

 

Relativamente às obras de ampliação da pista do Aeroporto de São Jorge, Luís Silveira lamenta que “10 meses após a sua adjudicação, ainda não se iniciaram”.

 

Mas o que preocupa mais o democrata-cristão é o facto de “verificarmos que nestes 10 meses (e já antes disso), na ânsia de anunciar consecutivamente o já anunciado, tem sido divergente a informação veiculada por vias governamentais oficiais sobre esta obra”.

 

Isto significa, prosseguiu, porque “o Senhor Presidente do Governo, em 2007, anunciou que as obras de ampliação da pista iriam proporcionar um aumento de 200 metros de comprimento da mesma; no passado mês de Março, novo anúncio, com novos dados – a pista do aeroporto de São Jorge vai crescer agora só 170 metros; mas a diminuição não se fica por aqui, pois, já no corrente mês, em Comunicado do Conselho de Governo, lê-se que, pasmem-se, a ampliação da pista é somente de 110 metros”.

 

Conclusão, disse, “a pista já leva menos 90 metros de comprimento, mas os milhões propalados aos sete ventos são sempre iguais: 23,2 Milhões de Euros”.

O parlamentar centrista coloca, portanto, mais algumas perguntas ao executivo: “O porquê destas alterações? E a pista terá as condições de operacionalidade e segurança necessárias para a operação dos novos aviões Dash Q400? E podem assegurar aos Jorgenses que com o decorrer das obras o aeroporto não sofrerá problemas de operacionalidade?”. 

 

 

Por fim, Luís Silveira voltou à carga com o assunto das obras relacionadas com o Aeroporto de São Jorge, bem com o processo de aquisição dos terrenos para a construção do futuro Heliporto na Calheta.

Em causa, uma tomada de posição pública do CDS-PP, no passado mês de Junho, que levantava dúvidas sobre os custos da aquisição dos terrenos necessários para as obras do aeroporto e de construção do heliporto.

 

O Governo reagiu às questões levantadas mas, no entender do Deputado do CDS-PP, “de esclarecedoras as linhas do V.º comunicado tinham bem pouco, sobrando, por isso, espaço quanto baste para adjectivação grosseira e lamentável”.

 

Silveira, lamentou que o Governo o tenha acusado de “fazer afirmações ‘infundadas (…) que representam uma atitude difamatória grave e irresponsável’, chegando ao ponto de utilizarem linguagem ameaçadora ao afirmarem que terei de ser devidamente responsabilizado”.

 

“Pois, aqui estou, pronto a ser responsabilizado, não acreditando que o Governo faça ameaças sem que posteriormente dê cumprimento às mesmas”, rematou. 

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