Centro de Terapia nos Açores acompanha anualmente 300 famílias

O Centro de Terapia Familiar e Intervenção Sistémica, nos Açores, formado há 15 anos, acompanha anualmente 300 agregados, ajudando-os a ultrapassar dificuldades e crise relacionais, apesar da vergonha que ainda existe em recorrer a este apoio.
“Muitas vezes ainda há vergonha em recorrer a este tipo de profissionais, no entanto é bom que se divulgue que as famílias devem recorrer [a eles], porque são situações difíceis”, afirmou à Lusa Ruben Santos, da direção do Centro de Terapia Familiar, com sede em Ponta Delgada, na ilha de S. Miguel.
No total, 20 técnicos – entre psicólogos, sociólogos e assistentes sociais -, trabalham no Centro de Terapia Familiar e Intervenção Sistémica, que reúne quatro valências: terapia familiar e intervenção sistémica, integração familiar, ponto de encontro familiar e núcleo de acompanhamento de comportamentos desviantes.
Os dados oficiais indicam que nos Açores existem 82 mil famílias, sendo que, nos últimos anos, a família tradicional, composta por pai, mãe e filhos, tem passado por grandes transformações, fruto do aumento da taxa de divórcio.
“Normalmente temos aqui famílias referenciadas pelo Instituto de Desenvolvimento Social dos Açores e outras IPSS locais. São famílias, normalmente com dificuldades económicas ou dificuldades relacionais, que apresentam situações na sua dinâmica familiar de alguma crise e instabilidade relacional”, referiu Ruben Santos.
O responsável precisou que a tarefa dos técnicos ao serviço no centro passa por falar das expectativas de todos os membros de um agregado familiar e ouvir o que cada um deles sente sobre como é estar e viver naquela família.
“Em média, nós atendemos cerca de 500 crianças, 540 adultos e 300 famílias. Há variações de ano para ano”, afirmou Ruben Santos, acrescentando que o tipo de famílias atendidas é cada vez mais variado, embora haja maior incidência de famílias monoparentais, reconstituídas e famílias de adoção/acolhimento.
Ruben Santos adiantou que o contexto de crise económica que se vive em Portugal tem contribuído para o surgimento de “novos pobres” entre a classe média, com um ou ambos os membros do casal desempregados, o que acarreta novos problemas para estas famílias, que têm de se readaptar.
Desde o final de 2012 que o Centro de Terapia Familiar está envolvido no “programa impacto”, que abrange cerca de dez famílias que passaram por situações de violência doméstica.
“O programa impacto foi construído numa cooperação com a Universidade da Corunha (Espanha), com o Centro de Terapia e a Direção Regional da Solidariedade e Segurança Social. O objetivo foi construir um guia de sensibilização para quem trabalha com a área da violência”, sustentou.

 

Lusa

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