Chuva impede regresso a casa de 13 famílias do Faial da Terra

O presidente da Junta de Freguesia do Faial da Terra adiantou esta segunda-feira que, por causa da chuva que continua a cair, “vai permanecer interdita” a zona onde na quinta-feira uma derrocada matou três pessoas.
 

“Visto que esta noite e madrugada tivemos muita chuva, é lógico que não vale a pena virem cá os técnicos do Laboratório Regional de Engenharia Civil fazer nova avaliação. Vamos aguardar que o tempo melhore”, afirmou Paulo Nazaré.

A derrocada, que ocorreu no lugar do Burguete, freguesia do Faial da Terra, concelho da Povoação, na ilha de S. Miguel, obrigou à saída de treze famílias das suas habitações, sendo que quatro foram entretanto realojadas em casas arrendadas na freguesia e as restantes pernoitam com familiares.

O acesso à Rua do Burguete está interdito a moradores e veículos, com grades e a presença em permanência de dois agentes da PSP desde a noite da derrocada.

Paulo Nazaré referiu que apesar de a vida regressar “aos poucos à normalidade” na freguesia, “há muita mágoa e revolta”.

“As pessoas estão revoltadas com o tempo. Estão sempre em sobressalto quando chove. Esta madrugada andei por aí e vi luzes que acendiam e apagavam. Ainda estamos todos com os nervos à flor da pele”, afirmou Paulo Nazaré, acrescentando que na última madrugada voltou a chover com intensidade.

Nas ruas desta freguesia, as rotinas do dia-a-dia foram retomadas, apesar de os habitantes terem um semblante pesado e fugirem dos jornalistas.

Num dos cafés do Faial da Terra, as conversas giram em torno dos trabalhos de limpeza na zona da derrocada, que atingiu três casas, tendo uma delas ficado completamente destruída, da demora em os residentes da rua do Burguete poderem regressar a casa e do susto por que passaram na madrugada da última quinta-feira.

Sem quererem prestar declarações, dizem apenas que “não ganharam para o susto” e que “o sono nunca mais foi o mesmo” deste aquele dia.

Na Casa do Povo está concentrado o resultado da onda de solidariedade que entretanto se gerou para com as vítimas deste acidente.

De toda a ilha de S. Miguel e mesmo de fora da região têm chegado roupa, bens alimentares e eletrodomésticos, que vão hoje mesmo começar a ser distribuídos por quem perdeu total ou parcialmente os seus bens.

 

Lusa

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