Cimeira de exploração GLEX vai ter sessão no vulcão dos Capelinhos no Faial

A cimeira de exploradores GLEX, que vai juntar cientistas de todo o mundo em São Miguel, Açores, em julho, vai decorrer também no vulcão dos Capelinhos, Faial, com o cientista da NASA James Garvin, foi hoje anunciado.

“O Faial e os Capelinhos serão no dia 05 de julho também palco da GLEX Summit, num encontro irrepetível que vai reunir o geoparque dos Açores, a comunidade científica dos Açores com o doutor James Garvin”, declarou Manuel Vaz, um dos organizadores da cimeira, na apresentação do evento que decorreu hoje nas Furnas, em São Miguel.

A sessão no Vulcão dos Capelinhos, no Faial, vai incluir o cientista James Garvin, da agência espacial norte-americana (NASA), que lidera a missão a Vénus Davinci+.

O organizador revelou que o cientista vai aos Açores “anunciar a próxima missão da NASA a Vénus” e mostrar o seu trabalho sobre a situação vulcânica no arquipélago.

“O doutor Garvin tem um satélite 24 horas sobre São Jorge porque sabe o que são os Açores. Ele próprio, no dia 05, vai também mostrar a sua análise, o seu trabalho e as possibilidades de cooperação que existem [com as instituições regionais]”, acrescentou Manuel Vaz.

A cimeira de exploradores GLEX vai decorrer de 04 a 07 de julho, no Teatro Micaelense, em Ponta Delgada, reunindo mais de 50 cientistas e exploradores de todo o mundo, com enfoque nas áreas da conservação da natureza, do oceano, da terra e do espaço.

“Não é uma cimeira ou um encontro de ideias. Não é um encontro sobre o que vamos fazer. É o encontro das pessoas que estão neste momento a mudar radicalmente e a virar uma página da história da humanidade”, vincou Manuel Vaz.

Na ocasião, a secretária do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas do Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), enalteceu as vantagens turísticas e científicas do evento, que deixa uma “mensagem clara sobre o posicionamento do destino Açores”.

“Em relação à ciência, eu queria lembrar que temos importantes projetos para lançar ao nível do espaço e do mar e ter os holofotes da ciência mundial sobre os Açores desperta muito interesse. Nós só conseguimos materializar esses projetos científicos com parcerias”, declarou Berta Cabral.

A secretária regional apontou os Açores como um “laboratório vivo para muitos projetos científicos” e considerou que a cimeira pode “catapultar a região para patamar primeira linha dos acontecimentos científicos e inovadores”.

O presidente da Estrutura de Missão para os 500 anos da viagem de circum-navegação comandada por Fernão Magalhães, José Marques, realçou a importância do evento para colocar Portugal no “epicentro do futuro”.

Por sua vez, o presidente emérito do Clube dos Exploradores (fundado em Nova Iorque em 1904 e que inclui nos seus membros autores de viagens inaugurais ao espaço), Richard Wiese, destacou a necessidade de comunicar ciência de “maneira mais inclusiva”.

“Cada vez que juntamos pensadores e grandes mentes temos efeitos que não são possíveis de prever. Eu penso que temos a ideia de que devemos comunicar ciência de maneira diferente. Penso que durante muitos anos tivemos vários cientistas a falar numa linguagem que não era inclusiva”, assinalou o explorador americano.

A 31 de maio 2022, foi revelado que a cimeira de exploradores GLEX vai começar este ano a pensar no espaço sideral, num primeiro dia em Lisboa, a 02 de julho, antes de rumar aos Açores para a programação principal.

O programa principal da cimeira decorre nos Açores entre 04 e 07 de julho, com nomes como a astrónoma e vulcanóloga Rosaly Lopes, o biólogo Edie Widder ou o paleontólogo Kenneth Lacovara.

 

 

Lusa

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