O processo de concursos para a elaboração de projetos para o Parque Tecnológico da Terceira vai avançar em outubro, anunciou hoje o secretário regional do Turismo e Transportes dos Açores, Vítor Fraga, que tutela a tecnologia.
“A obra está prevista na Carta Regional das Obras Públicas, está devidamente calendarizada e o concurso será lançado no primeiro semestre de 2015. A partir de outubro deste ano iremos lançar o processo de concursos para a elaboração dos projetos para o parque”, salientou.
Vítor Fraga falava aos jornalistas depois de uma visita ao Centro de Biotecnologia dos Açores, instalado em edifícios da Universidade dos Açores, na Terra Chã, onde será criado o Parque Tecnológico da Terceira.
O secretário regional salientou que o Parque Tecnológico da Terceira é um “elemento estruturante” para o desenvolvimento da ilha e da região, mas não avançou com uma data de conclusão das infraestruturas.
“É uma obra com uma dimensão considerável, é uma obra que tem de ser muito bem ponderada e pensada ao nível técnico, porque o importante de um parque tecnológico não está na quantidade de betão que o parque tem, mas sim nas suas infraestruturas técnicas e tecnológicas”, frisou, alegando que o único prazo que é controlado pela tutela é o do lançamento do concurso.
Estava prevista a instalação de uma unidade de produção e distribuição de isótopos no Parque Tecnológico da Terceira, mas a empresa anunciou a transferência do projeto para a Lagoa, em S. Miguel, alegando como justificação o atraso no arranque do parque da ilha Terceira.
Questionado sobre esta desistência, Vítor Fraga disse, no entanto, que este processo “não tem a ver com o Parque Tecnológico da Ilha Terceira” e que “os terrenos existem”.
O Centro de Biotecnologia dos Açores, que, segundo o governante, será um “elemento âncora” do Parque Tecnológico da Terceira, funciona atualmente em infraestruturas degradadas, com vidros e telhas partidas, mas a tutela vai avançar com obras.
“Iremos criar as condições necessárias para que Centro de Biotecnologia dos Açores possa desenvolver a sua atividade, até termos o Parque Tecnológico concluído”, frisou Vítor Fraga.
Segundo Artur Machado, diretor do Centro de Biotecnologia dos Açores, a manutenção dos edifícios é feita atualmente pelos próprios investigadores.
“Somos nós que com os dinheirinhos dos projetos vamos pintando, vamos remediando, vamos fazendo”, admitiu, acrescentando que a Universidade se está a preparar “para um futuro melhor”.
Artur Machado admitiu que o Centro de Biotecnologia enfrenta dificuldades financeiras, mas descartou responsabilidades da Universidade dos Açores.
“São os investigadores que têm de captar as verbas para financiar a sua investigação. É normal em todo o mundo e é o que fazemos”, frisou.
O Centro de Biotecnologia dos Açores já perdeu, no entanto, cinco investigadores.
“As verbas são bastante mais reduzidas, não satisfazem de maneira nenhuma, tivemos de reduzir a equipa, mas fizemos aquilo que nos compete que é aguentar a tecnologia, manter as coisas vivas, para quando houver mais disponibilidade avançarmos outra vez à velocidade de navegação”, salientou.
Lusa