Construção Civil dos Açores “demonstrou força e capacidade” na adaptação a um período de mudança, afirma Ana Cunha

A Secretária Regional dos Transportes e Obras Públicas afirmou hoje, em Ponta Delgada, que é, “naturalmente, com algum orgulho” que verifica que a indústria da construção civil nos Açores “demonstrou força e capacidade para ultrapassar um período bastante perturbado e para se adaptar a um período de mudança”.

Para Ana Cunha, este setor de atividade adaptou-se e “está a adaptar-se, de facto, a uma nova realidade”, acrescentando que “o Governo dos Açores orgulha-se de ser parceiro dessa adaptação”.

A titular das Obras Públicas, que falava no encontro-debate ‘A Construção Civil dos Açores: o presente e perspetivas para o futuro’, frisou que a prova dessa adaptação, além de estar em vários indicadores ao nível da produção de cimento e do número de edifícios licenciados, está, acima de tudo, na criação de emprego, já que, “esta adaptação, esta reação da construção na Região manifesta-se também em números”.

“O número total de empregados, de 2013 a 2017, cresceu cerca de 12 mil e, só no setor da construção civil, regista-se um crescimento de 21%”, afirmou, frisando que a isso “não é alheio, obviamente, o esforço de investimento em obras públicas, que, neste período de 2013 a 2017, totaliza 312 milhões de euros, reforçado com a entrada em vigor do quadro comunitário, em 2015, mas também não é alheio a uma resposta do setor privado que, com a comparticipação desses fundos comunitários, representa neste período um valor de 143 milhões de euros”.

Ana Cunha destacou ainda o papel que as alterações ao modelo de transportes, em 2014, tiveram “no desenvolvimento de novos projetos a que todos assistimos, ao nível da restauração, do alojamento turístico, quer seja hotelaria tradicional, turismo rural ou alojamento local”, frisando que “aqui, como no resto do país, sente-se, verifica-se um aumento da reabilitação urbana em todo o espaço regional, que deverá manter-se para o turismo”.

A Secretária Regional identificou também “um novo problema habitacional, que se verifica em magna escala em Lisboa, mas que, em Ponta Delgada, também temos sentido e que motivou, recentemente, a anunciada medida do Governo dos Açores de apoio à recuperação de habitação, com a obrigação posterior de destiná-lo ao arrendamento”.

Para Ana Cunha, a reabilitação urbana “também deverá passar por algum incentivo, para que este mercado renasça para dar forma e corpo àquilo que é um direito básico e uma conquista do 25 de abril, que é o direito à habitação”.

Referindo-se aos investimentos em grandes infraestruturas “ainda necessárias nas nove ilhas”, Ana Cunha salientou que o futuro “também passa por um investimento público, que não acaba”.

“O investimento público, no que se refere ao Governo dos Açores, não tem diminuído nos nossos planos desde o ano de 2013, tem mantido alguma regularidade”, afirmou, salientando que também passa pela reabilitação e manutenção das infraestruturas existentes.

Ana Cunha frisou ainda a necessidade de desenvolvimento e atualização de conhecimentos no setor da construção civil, uma necessidade “transversal a todas as profissões que trabalham na área, inclusivamente com a descoberta de novas áreas de formação”.

“É responsabilidade de todos nós, é responsabilidade das escolas, das universidades, das associações privadas, das ordens profissionais, do Governo, das autarquias”, frisou.

A Secretária Regional salientou ainda as ações de formação na área da construção civil que serão ministradas através do Laboratório Regional de Engenharia Civil ainda este ano, destacando as ações de formação em metodologia BIM – Billing Information Modeling, bem como os eventos de cariz nacional e internacional organizados pelo LREC, “que contribuem também para essa atualização de conhecimento”, como o Congresso Nacional de Geotecnia, que decorrerá já em maio, em Ponta Delgada, e contará com a presença de 400 participantes, o Simpósio Mundial de Redes e Águas Prediais, em agosto, com cerca de 100 participantes, e o Workshop Internacional de Riscos Naturais, subordinado ao tema dos recursos hidrológicos, que terá lugar no próximo ano.

Ana Cunha destacou ainda a revisão do Catálogo de Materiais Endógenos ou Produzidos e Transformados nos Açores, “que está a ser levada a cabo, em conjunto com os parceiros do setor, de modo a que surjam novos produtos, novas tendências, até no âmbito de uma crescente preocupação com o ambiente, com a eficiência energética”.

Assim, acrescentou, “entendeu o Governo dos Açores, através do LREC, promover também essa descoberta, criando inclusivamente a Plataforma da Indústria Criativa dos Açores que, na semana passada, teve a aprovação da sua candidatura a fundos comunitários”, sendo que a criação desta plataforma “permitirá um concurso de ideias para toda a comunidade técnica e criativa, e a sugestão de novos produtos baseados nos nossos endógenos”, podendo dar azo ao desenvolvimento de novas ideias, encontrando-se, por essa via, novas áreas de negócio.

Ana Cunha manifestou ainda a disponibilidade do Governo dos Açores para “trabalhar com todos os intervenientes deste setor”.

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