Construtores querem mais verbas públicas para investimento e menos para vertente social

O presidente da Associação dos Industriais de Construção Civil e Obras Públicas dos Açores (AICOPA) defendeu esta sexta-feira que o Plano Anual da região de 2013 deveria canalizar mais verbas para o investimento em detrimento da vertente social.
 

Pedro Marques, que reuniu com o presidente da Associação de Municípios da Ilha de São Miguel (AMISM) na Ribeira Grande, referiu que numa região ultraperiférica como a açoriana a componente pública deve ter uma “intervenção maior”, designadamente em cenários de crise.

“Muitas vezes, em detrimento de uma componente social é preferível haver a parte do investimento para ser o setor privado a absorver exatamente a maior parte dessa componente”, declarou Pedro Marques aos jornalistas, no final da reunião.

O responsável da AICOPA especificou que tudo que seja investimentos afetados às exportações “serão importantes” mas reforçou que deve-se privilegiar o investimento público no setor privado, que por seu turno se responsabilizará pelos custos sociais.

“Do ponto de vista da AICOPA, queríamos, efetivamente, um bocadinho mais do que está inscrito”, afirmou o empresário.

Pedro Marques revelou que o volume de trabalho para 2013 deixa os empresários da construção civil “ainda um bocado preocupados”, defendendo por isso que não basta fazer promessas, mas sim materializar projetos.

Relativamente à Carta das Obras Públicas anunciada pelo Governo dos Açores, lembrou que o prazo de conclusão é o mês de março, daí que esteja a aguardar serenamente.

Sobre o pacote das 50 medidas anunciadas pelo Governo da República para a revitalização da economia, o dirigente da AICOPA considerou que é um trabalho “muito focado” a nível do continente e que procura dar resposta a um “vazio de obras” que teve lugar durante os últimos dois anos.

“Se no continente levaram dois anos a resolver uma carta, eu acredito que o Governo dos Açores vai ter um empenho total para em poucos meses conseguirmos terminar o documento e não levar o tempo que o Governo central levou”, afirmou.

Já o presidente da AMISM, Ricardo Silva, revelou que está a decorrer um concurso público de grandes dimensões, na ordem dos 69 milhões de euros, que termina em abril, e que visa a construção do Ecoparque em Ponta Delgada.

Trata-se de uma central de valorização energética e espera-se que até julho a obra seja adjudicada.

“No âmbito daquilo que serão as subempreitadas, haverá cerca de 25 milhões de euros. Já é uma parte substancial de trabalho que irá existir provavelmente este ano”, disse o também autarca da Ribeira Grande.

Ricardo Silva apontou que haverá ainda “pequenas obras” no atual Ecoparque que poderão gerar candidaturas de empresários da AICOPA.

Pedro Marques considerou que o investimento do Ecoparque tem uma forte componente tecnológica, sendo a parte do projeto que contempla construção civil “substancialmente inferior”.

No entanto, admitiu que não deixa de ser um volume de trabalho “muito interessante” e um contributo para que os empresários possam ultrapassar as dificuldades.

 

Lusa

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