Crise deve servir para repensar estilo de vida

carteira-vazia-pobreza-euroA crise actual deve servir para fazer repensar o estilo de vida e os exagerados padrões de consumo e ser aproveitada para valorizar “outras dimensões da vida”, segundo um especialista em consumo sustentável.

 

Pedro Jorge Pereira, formador e activista eco-social, é um dos participantes no III Ciclo de Conferências – Consumo responsável, que começa quinta-feira e prossegue nos dias 26 de Maio e 03 de Junho.

Organizado pelo Instituto de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, o ciclo começa com uma abordagem ao “Consumo de produtos biológicos em Portugal”, no qual Pedro Jorge Pereira considera que é “necessário investir”.

Isto apesar de o especialista reconhecer que estes produtos são, na maioria das vezes, mais caros do que os resultantes da agricultura convencional, o que se deve a factores como as margens de lucro das superfícies comerciais que os vendem e os custos da certificação.

Segundo Pedro Jorge Pereira, o que resulta desta inflação de preços é que os produtos acabam “por se circunscrever a um nicho de mercado mais elitista”.

Esta diferença de preços não acontece, contudo, quando há venda directa do produtor ao consumidor, o que é muito frequente em feiras, nas quais é possível adquirir produtos mais baratos e mais saudáveis.

Questionado sobre a hipótese de existirem à venda falsos produtos biológicos, Pedro Jorge Pereira reconheceu que há muitas críticas aos processos de certificação e que estes podem também ser vistos como “um negócio”.

“É provável que alguns produtos biológicos estejam à venda por serem uma oportunidade de mercado e não por se tratar de um tipo de agricultura diferente”, disse.

Para Pedro Jorge Pereira, nesta crise é “essencial repensar o estilo de vida e os padrões de consumo que são exagerados”.

“Consumimos mais do que é razoável, quando devemos antes valorizar outros aspetos da vida”, adiantou.

O especialista não tem dúvidas de que, mesmo que fique mais caro consumir produtos biológicos, é preferível a sua aquisição e que se prescinda de outros produtos que não fazem falta e se adquirem compulsivamente”.

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