Críticos contra candidatura de Francisco César à liderança do PS/Açores

A ex-dirigente socialista Sónia Nicolau e o militante Pedro Arruda dizem que a candidatura de Francisco César, filho de Carlos César, à liderança do PS/Açores “representa o passado” e falam em “fatalismo hereditário”.
Na sua página pessoal na rede social Facebook, Sónia Nicolau, para além de ver com “enorme preocupação a eventualidade de uma só candidatura à liderança do PS/Açores”, refere que a candidatura de Francisco César representa “o passado e não o futuro”.
Francisco César, que encabeçou a lista socialista pelo círculo eleitoral dos Açores nas últimas legislativas nacionais, tendo o PS perdido na região para a coligação AD/Açores, anunciou ontem a sua candidatura a líder do PS/Açores, de que seu pai, atual presidente do PS e antigo presidente do Governo Regional, Carlos César, já foi líder.
As eleições para a liderança do PS/Açores vão realizar-se em 29 de junho, tendo Vasco Cordeiro, que perdeu as legislativas regionais para a AD/Açores, já afirmado que não é recandidato, mantendo-se como deputado na Assembleia Legislativa Regional.
Para a militante Sónia Nicolau, o “momento político em que o PS/Açores se encontra necessita de uma real mudança de ciclo”.
De acordo com Sónia Nicolau, não acontecendo uma “real mudança de ciclo”, a primeira leitura a retirar é que “nos últimos anos não foi possível criar quadros no PS/A fora do ciclo fechado das lideranças”.
“A segunda leitura é de que o protagonista desta candidatura e a sua ligação ao passado do PS/A foram rejeitados pelos eleitores, não demonstrando confiança, nem a garantia, da melhor solução para o futuro dos Açores”, aponta a militante.
Sónia Nicolau refere que em 2024 o PS/Açores “necessitaria de outras repostas, para demonstrar um partido com uma vida interna viva e saudável e com quadros políticos”.
“Tenho esperança de que teremos outras candidaturas. Porém, não é de minimizar que a candidatura de Francisco César para já tem o mérito que outros parecem não conseguir, ou seja, os meios para se candidatar, desde logo, por via da sua ocupação política sempre acomodada no partido, desde 2008”, afirma.
De acordo com Sónia Nicolau, o PS/Açores “merece candidaturas plurais para um desafio que está muito para além do espaço PS/Açores”, tratando-se “do futuro dos Açores”.
Pedro Arruda, outro militante que tem vindo a adotar uma postura critica sobre a vida interna do PS/Açores, declara na edição de hoje do jornal “Açoriano Oriental” que “o pior que pode acontecer ao partido e ao próprio candidato é aparecer sozinho num vasto deserto de opinião e contraditório em que aparentemente se tornou o partido”.
Para o militante socialista, o “PS e os Açores, mais do que um líder precisam de ideias e políticas que deem esperança e ambição de futuro e não esta espécie de fatalismo hereditário de quem da vida só conhece a política”.
Deputado à Assembleia da República, Francisco César afirmou na sexta-feira candidatar-se à liderança do PS/Açores para dar um “novo futuro” ao partido e colocar a região a liderar nos indicadores sociais, revelou o próprio à agência Lusa.
“Queremos um novo futuro para o PS. Um futuro que se enriquece com o seu passado, que na prática é a sua identidade, mas que constrói um novo futuro para a Região Autónoma dos Açores”, afirmou.

 

 

Lusa

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