Defesa da biodiversidade impõe limites ao transporte de animais

O Governo dos Açores revelou hoje que, a partir do próximo ano, os passageiros que transportem animais para o arquipélago por via aérea ou marítima serão obrigados a preencher a bordo um formulário específico.

Essa declaração é entregue à tripulação, que a depositará junto das autoridades aeroportuárias e portuárias para fiscalizaram o animal e decidirem se pode ou não entrar na região de acordo com a legislação que está para aprovação”, afirmou o secretário regional do Ambiente, Álamo Meneses.Esta medida integra um diploma que deverá ser debatido em dezembro na Assembleia Legislativa dos Açores e que visa dar enquadramento legal à proteção da biodiversidade das ilhas açorianas.

Álamo Meneses, que falava no pólo universitário de Angra do Heroísmo, na Terceira, na abertura de um seminário sobre ‘Prevenção e Controlo de Espécies Invasoras’, reconheceu que a maior parte da legislação em vigor é nacional, com adaptações mínimas.

Nunca se estabeleceu um sistema regulatório específico para as especificidades das ilhas, mas isso vai ser feito agora para enquadrar as medidas globais de proteção à biodiversidade açoriana, frisou.

Álamo Meneses admitiu que existe um gravíssimo problema na área vegetal do arquipélago, porque toda a vegetação das zonas baixas das ilhas está dominada por invasoras.

Também nas zonas altas é cada vez maior a sua presença, de tal forma que já modificaram a cor da paisagem, salientou, acrescentando que o governo está a trabalhar em quatro eixos, que incluem a investigação, a criação de legislação para fazer face à invasão biológica, o investimento no combate físico às invasoras e a educação e formação das pessoas.

A maioria da população não sabe distinguir entre espécies nativas e não nativas. Conheço um estudo, feito em dois concelhos açorianos, cujos resultados são miseráveis e demonstram que o público não conhece as espécies, lamentou o secretário regional.

Para inverter este quadro, Álamo Meneses defendeu uma maior saída dos investigadores para a rua, de forma a educar mais e melhor a população, que é quem paga [com os seus impostos] o ensino e a investigação.

Durante os trabalhos deste seminário, que contam com a presença de investigadores do Havai (EUA) e das Canárias (Espanha), vão ser analisados diversos trabalhos que abordam a problemática da proteção da biodiversidade açoriana.

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