Desemprego dispara, défice derrapa, dívida cresce e crescimento encolhe

Previsões económicas da Comissão Europeia confirmam expectativas mais pessimistas em relação a Portugal.
 
A taxa de desemprego deverá ultrapassar os 17% em 2013, enquanto o défice orçamental derrapa em relação às previsões do Governo e chega aos 4,9% este ano. Já em relação ao crescimento económico, as previsões de Bruxelas vão ao encontro do antecipado esta semana por Vítor Gaspar: a recessão este ano será quase o dobro do previsto, com uma contracção de 1,9%. A dívida pública, em vez de estabilizar a partir de 2014, tal como previsto no final do ano passado, continuará a aumentar este ano e também no próximo.

Os dados das previsões económicas de inverno da Comissão Europeia, divulgadas hoje em Bruxelas, confirmam assim as expectativas mais negativas em relação à evolução da economia portuguesa.

O desemprego em 2013 poderá chegar aos 17,3%, quase um ponto percentual acima do esperado em novembro do ano passado (16,4%), diminuindo ligeiramente em 2014, mas para 16,8% (previsão de novembro para 2014 era de 15,9%).

Já em relação à meta do défice, a Comissão antecipa o falhanço do seu cumprimento. Este ano, com 4,9% em vez dos 4,5% com que o Governo se comprometeu, e também no próximo, com 2,9%, acima dos 2,5% negociados com  a troika.

Tudo isto porque a realidade continua a arrasar as previsões do Governo português, avalizadas pela Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu, em relação ao crescimento económico. Agora espera-se que a economia nacional encolha 1,9% este ano e não apenas 1%. O valor de 2012 é igualmente revisto em baixa (-3,2%, em vez de 3%). No que parece ser uma estranha declaração de optimismo, a Comissão Europeia mantém a previsão de crescimento para 2014 nos 0,8%, o mesmo valor das previsões de outono de 2012.

No que diz respeito à dívida pública, Bruxelas abandona agora a expectativa de que o seu valor pudesse estabilizar a partir de 2014. A percentagem deste ano é revista em alta para 123,9% (em vez de 123,5%) e a de 2014 chega aos 124,7% (em vez de 123,5%).

 

 

In Economia/Expresso

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