Deslizamento de massa de terra de grandes dimensões

santa-mariaUma enorme massa de terra com cerca de 140 mil metros quadrados está a deslizar numa encosta em Santa Maria, nos Açores, num movimento provocado pela precipitação dos últimos meses, mas que não põe em riscos qualquer povoação.

 

“O deslizamento é visível a olho nu. A velocidade é pequena, mas é visível. Se colocarmos um pé (na frente desta massa de terra), ao fim de alguns minutos ele fica coberto”, afirmou Rui Marques, do Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos da Universidade dos Açores.

 

 A massa de terra está a deslizar em direcção ao mar e a sua marcha é imparável, mas não apresenta qualquer risco para pessoas ou animais, disse o especialista.

O fenómeno já provocou “danos estruturais irreparáveis” numa dezena de casas que se encontram em cima da massa que se encontra em movimento.

Apenas uma das casas era habitada em permanência, por um casal que já foi realojado pelos serviços do governo regional.

As restantes são casas de veraneio de emigrantes, que se encontram fechadas durante a maior parte do ano, tendo todos os proprietários sido já avisados da situação, adiantou Rui Marques.

 

O especialista salientou que foram identificados movimentos em três locais de Santa Maria, nomeadamente na Praia Formosa, onde decorre todos os anos o Festival Maré de Agosto, na baía de S. Lourenço e na zona da Maia.

O mais significativo é o que está o ocorrer na zona da Maia, envolvendo uma área de 140 mil metros quadrados que está a avançar em direcção ao mar.

Este movimento de terra, com um comprimento de cerca de 400 metros, “resulta do deslizamento do depósito de desmonte da arriba sobranceira à Maia, que está a escorregar sobre a argila que se encontra por baixo e que está muito húmida”.

Rui Marques considerou que este fenómeno assume uma dimensão “muito rara” nos Açores, salientando que a origem está relacionada com o nível de precipitação acumulada ao longo dos últimos meses.

“Não é um problema de intensidade da chuva, mas da sua acumulação”, afirmou, acrescentando que a evolução da situação “depende da chuva que vier a cair nos próximos tempos”.

 

Na sua perspectiva, o deslizamento pode “agravar ou parar” conforme chova ou não naquela zona da ilha de Santa Maria.

De qualquer forma, como frisou Rui Marques, “não se pode fazer nada, a não ser tentar compreender o que se passa”, revelando que vai ser montado um plano de monitorização deste fenómeno.

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