A Polícia Judiciária anunciou esta sexta-feira a detenção, em Ponta Delgada, Açores, do presumível autor do homicídio do proprietário de um estabelecimento de diversão nocturna de Lisboa, conhecido como “O Avião”, ocorrido em finais de 2007.
A detenção do presumível autor do crime decorreu quinta-feira, no quadro da denominada operação “Take-Off”, realizada pela Unidade Nacional de Contra-Terrorismo, em colaboração com o Departamento de Investigação Criminal de Ponta Delgada e a Força Aérea Portuguesa.
A Polícia Judiciária (PJ), num comunicado enviado à Lusa, admite que, na origem do homicídio, estará a “irreversível degradação do relacionamento pessoal e profissional entre autor e vítima”.
O agravamento das relações entre os dois existia desde 2003, devido a divergências relacionadas com um estabelecimento de diversão nocturna nos Açores, de que ambos eram sócios.
Na sequência destas divergências, correram diversos processos cíveis, alguns dos quais já concluídos, em que o homem agora detido foi condenado.
A PJ revelou também ter conhecimento de diversas ameaças graves, directas e por interposta pessoa, que o detido terá feito à vítima, além de ofensas à integridade física e “uma anterior tentativa de homicídio da vítima”.
Segundo esta força policial, o detido, cuja identidade não foi revelada, “possui registos por crimes violentos e posse e tráfico no EUA, de onde foi expulso”.
Em Portugal, o indivíduo tem “diversos antecedentes policiais e judiciais por auxílio à imigração ilegal, lenocínio, tráfico de estupefacientes, burla, abuso de cartão de garantia ou de crédito, falsificação de documentos, ofensas à integridade física e tentativa de homicídio”.
A PJ adiantou ainda que ele tem “grande frieza de ânimo e elevado grau de proficiência técnica”, frisando que “concebeu, planeou e executou de forma metódica e progressiva os seus desígnios”.
Os elementos da Unidade Nacional de Contra-Terrorismo que participaram na operação viajaram para os Açores num avião Hércules C-130, da Força Aérea Portuguesa, para evitar “colocar em risco o sigilo da operação”.
O detido será presente ainda hoje à autoridade judiciária competente para primeiro interrogatório e eventual aplicação de medidas de coacção.