Eleições internas do Chega dos Açores marcadas para 01 de maio

As eleições internas do Chega/Açores estão marcadas para dia 01 de maio, confirmou hoje à Lusa o líder demissionário da estrutura regional, que disputará o cargo com o outro deputado no parlamento açoriano, José Pacheco.

Carlos Furtado apresentou, na sexta-feira, a formalização da sua demissão e esclareceu que se trata “de um procedimento normal” para se poder “fazer a marcação das eleições”.

Assim, os militantes do partido decidem dentro de um mês se Carlos Furtado se mantém na liderança, ou se a estrutura regional passará a ser dirigida pelo outro deputado regional e atual secretário-geral, José Pacheco.

Estas eleições surgem depois de, em 14 de março, ter sido tornado público que Furtado apresentara a sua demissão por causa de divergências entre os dois deputados regionais.

A crise regional no partido populista ficou visível com uma mensagem publicada numa página de uma rede social oficial por parte de José Pacheco contra o aumento de beneficiários de RSI verificado naquelas ilhas.

A publicação foi depois apagada pelo líder regional, Carlos Furtado, que escreveu que a direção regional do Chega e o próprio têm “a melhor atenção” aos problemas de “excesso RSI” e o “objetivo de se arranjar soluções eficazes, sendo que neste momento as responsabilidades”, que lhes “são imputáveis, não permitem a crítica fácil e populista”.

A diminuição dos beneficiários de RSI nos Açores foi uma das ideias-chave defendidas pelo Chega na campanha eleitoral até ao sufrágio de 25 de outubro de 2020 e uma das principais nas negociações com o PSD/Açores, com vista à viabilização do novo Governo Regional, após 24 anos de poder do PS.

Em 15 de março, José Pacheco confirmava à Lusa que seria candidato, assumindo “divergências” com o atual líder regional do partido quanto ao “rumo” do partido na região.

Segundo o deputado, o Chega deve assumir a sua “postura crítica” e não deve ficar “acomodado” nas críticas ao Governo Regional, apesar de o partido suportar o executivo liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro no parlamento açoriano.

“Temos de assumir a nossa faceta de fiscalizar e sermos críticos. Ninguém votou no Chega para ficarmos sossegadinhos”, apontou.

O deputado José Pacheco também assinalou as divergências face ao líder regional Carlos Furtado no processo para as eleições autárquicas, defendendo que o Chega deve “apresentar candidaturas em todas as autarquias possíveis”.

O secretário-geral do Chega/Açores rejeitou, no entanto, que as divisões internas do partido possam criar instabilidade ao Governo Regional, realçando que “não quer ver o PS a governar” a região.

No mesmo dia, Carlos Furtado esclarecia que o que está em causa “não é bem uma divergência”.

“Aliás, se essa divergência existisse, sinceramente, não havia razão de construirmos um projeto juntos, porque obviamente tínhamos um projeto, fizemos um programa eleitoral comum”, prosseguiu.

O líder regional do Chega/Açores disse ainda que a estabilidade do Governo Regional, liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, está assegurada apesar da divisão no partido.

Os dois deputados do Chega, juntamente com o deputado único da Iniciativa Liberal, garantem ao Governo Regional de coligação PSD/CDS-PP/PPM, liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, um apoio de incidência parlamentar que garante a maioria de 29 assentos na Assembleia Legislativa Regional.

 

 

Lusa

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