Em entrevista à Lusa, o embaixador Allan Katz afirmou que as negociações têm prosseguido de forma continua e “a vários níveis”, desde o anúncio do reposicionamento norte-americano, no final de fevereiro, mas que ainda não se chegou a “nenhuma decisão final”.
“Temos tido o que chamaria de conversações construtivas, a tentar chegar a uma conclusão que lide com os problemas que temos, mas ainda não estamos lá”, disse o embaixador norte-americano.
“Vamos assistir a uma série de decisões feitas nos próximos 3 a 4 meses, mas não tenho certeza de que vão ser demonstrativas do resultado definitivo, da visão final para as Lajes”, adiantou, questionado sobre o prazo para concluir as negociações.
Katz escusou-se a comentar eventuais compensações pelo impacto económico da redução da presença norte-americana nas Lajes.
No final de fevereiro, o secretário da Defesa norte-americano, Leon Panetta, informou o ministro da Defesa português, José Pedro Aguiar-Branco, da intenção dos Estados Unidos de reduzirem a presença na Base das Lajes.
No encontro no Pentágono não foram discutidos números de redução de efetivos, mas apenas o início de um processo de negociações entre equipas norte-americanas e portuguesas, sobre a “modalidade” da reestruturação, segundo afirmou então o governante.
O futuro das Lajes tem causado apreensão nos Açores, onde a 9 de março o governo regional fez uma ronda de contactos com partidos políticos, autarcas, sindicatos e associações empresariais.
O impacto económico que tem na região a presença dos efetivos militares norte-americanos é motivo de preocupação, e o resultado do encontro foi a “unidade inequívoca de posições em torno da valorização e defesa da importância geoestratégica dos Açores”, segundo o secretário regional da Presidência do governo regional, André Bradford.
Por trás da decisão norte-americana está a necessidade de “reajustamentos orçamentais”, mas também a menor importância estratégica da base para os Estados Unidos.
Para Allan Katz, a necessidade da base diminui com avanços tecnológicos que permitiram reabastecer aviões norte-americanos em pleno voo ou aumentar o alcance dos aviões, mas não está em causa a “parceria estratégica” entre Estados Unidos e Portugal.
Lusa