Embaixador norte-americano espera decisões sobre Base Lajes a partir julho

As negociações sobre a redução da presença norte-americana na Base das Lajes, Açores, estão a ser “construtivas” e deverão conduzir a decisões concretas a partir de julho, disse à Lusa o embaixador norte-americano em Lisboa.

Em entrevista à Lusa, o embaixador Allan Katz afirmou que as negociações têm prosseguido de forma continua e “a vários níveis”, desde o anúncio do reposicionamento norte-americano, no final de fevereiro, mas que ainda não se chegou a “nenhuma decisão final”.

“Temos tido o que chamaria de conversações construtivas, a tentar chegar a uma conclusão que lide com os problemas que temos, mas ainda não estamos lá”, disse o embaixador norte-americano.

“Vamos assistir a uma série de decisões feitas nos próximos 3 a 4 meses, mas não tenho certeza de que vão ser demonstrativas do resultado definitivo, da visão final para as Lajes”, adiantou, questionado sobre o prazo para concluir as negociações.

Katz escusou-se a comentar eventuais compensações pelo impacto económico da redução da presença norte-americana nas Lajes.

No final de fevereiro, o secretário da Defesa norte-americano, Leon Panetta, informou o ministro da Defesa português, José Pedro Aguiar-Branco, da intenção dos Estados Unidos de reduzirem a presença na Base das Lajes.

No encontro no Pentágono não foram discutidos números de redução de efetivos, mas apenas o início de um processo de negociações entre equipas norte-americanas e portuguesas, sobre a “modalidade” da reestruturação, segundo afirmou então o governante.

O futuro das Lajes tem causado apreensão nos Açores, onde a 9 de março o governo regional fez uma ronda de contactos com partidos políticos, autarcas, sindicatos e associações empresariais.

O impacto económico que tem na região a presença dos efetivos militares norte-americanos é motivo de preocupação, e o resultado do encontro foi a “unidade inequívoca de posições em torno da valorização e defesa da importância geoestratégica dos Açores”, segundo o secretário regional da Presidência do governo regional, André Bradford.

Por trás da decisão norte-americana está a necessidade de “reajustamentos orçamentais”, mas também a menor importância estratégica da base para os Estados Unidos.

Para Allan Katz, a necessidade da base diminui com avanços tecnológicos que permitiram reabastecer aviões norte-americanos em pleno voo ou aumentar o alcance dos aviões, mas não está em causa a “parceria estratégica” entre Estados Unidos e Portugal.

 

Lusa

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