Empresas regionais recorrem a linhas de crédito

As empresas dos Açores e da Madeira estão a sentir restrições ao crédito, uma situação transversal a vários sectores que no caso da Madeira está a levar as firmas a aderir em força às linhas de crédito das associações empresariais.
 
 

“Tal como no resto do país, existem grandes restrições ao crédito, o que se vai manter enquanto não existir liquidez do sistema interbancário”, frisou à agência Lusa o presidente da Câmara do Comércio e Indústria, Costa Martins, que conta com cerca de dois mil associados de vários sectores de actividade.

Segundo Costa Martins, a crise toca em todos os sectores, mas a construção civil, o imobiliário, turismo e a venda de automóveis são as áreas mais afectadas.

“Há falta de liquidez e os bancos resguardam-se a emprestar dinheiro”, frisou o responsável, que destaca, no entanto, as medidas implementadas pelo Governo regional.

Entre elas está a abertura de duas linhas de crédito, que o Governo açoriano contratualizou com nove instituições bancárias, no montante de 140 milhões de euros, para ajudar as empresas a ultrapassarem a crise no mercado financeiro internacional.

Além disso, o Executivo açoriano vai suportar 70 por cento dos salários dos trabalhadores, que mantendo o vinco laboral às suas empresas, participarem num programa de formação profissional individual, em períodos de maior sazonalidade.

Para Costa Martins, as medidas são importantes para a retoma da confiança. “Mas se a liquidez do sistema interbancário não melhorar vão manter-se as dificuldades”, alertou o responsável.

Já na Madeira, as empresas têm procurado as linhas de crédito abertas por associações empresariais, comerciais e industriais e por organismos do Governo Regional para fazer face às actuais dificuldades económicas e financeiras.

Em Dezembro último, sob a coordenação da vice-presidência do Governo Regional, o Instituto de Desenvolvimento Empresarial (IDE) e vários bancos assinaram duas linhas de crédito de 20 milhões de euros cada.

O “grande interesse” por parte das empresas ficou evidente com o facto da primeira tranche se ter esgotado na primeira semana, o que levou este departamento do executivo a subscrever uma segunda linha.

O presidente do IDE, Jorge Faria, disse à agência Lusa que “as linhas têm uma execução na ordem dos 90 por cento, continuando a existir plafond e a aceitação de candidaturas”.

A 10 de Dezembro na Assembleia Legislativa, o vice-presidente do Governo Regional, João Cunha e Silva, anunciou para este ano a assinatura de uma terceira linha de crédito no valor de dez milhões de euros, destinada às micro-empresas da região.

Também a ASSICOM (Associação dos Industriais, Associação da Construção da Região Autónoma da Madeira, com cerda de 400 associados) e a ACIF (Associação do Comércio e Indústria do Funchal com aproximadamente 800 sócios) celebraram linhas de crédito com o Millenium/BCP e a Lisgarante – Sociedade de Garantia Mútua no valor de 10 milhões de euros cada destinadas às suas Pequenas e Médias Empresas.

Estes apoios visam a internacionalização e reforço do fundo de maneio das empresas.

Duarte Rodrigues, vice-presidente da ACIF, considera ser prematuro fazer um balanço a adesão dos associados à iniciativa, garantindo existir “uma grande predisposição”.

Por seu turno, Jaime Ramos, presidente da ASSICOM, afirma que a linha de crédito “está a funcionar muito bem e, se até ao dia 15 de Fevereiro estiver esgotada, há disponibilidade para criar mais uma no mesmo valor”.

Este dirigente associativo anunciou outra linha de crédito no valor de 10 milhões de euros a ser formalizada brevemente entre o CEM (Conselho Empresarial da Madeira), o Millenium/BCP e a Lisgarante para ajudar as associações de jovens agricultores e empresários, do comércio e indústria.

 

 

in Lusa/AO Online

 

 

 

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