Questionado, em entrevista à TSF e ao Diário de Notícias (DN), sobre se os dois deputados do Chega eleitos para o parlamento açoriano poderão viabilizar um executivo social-democrata, Ventura respondeu: “Mantenho em aberto que sim. É possível que isso aconteça”.
Tal pode acontecer, prosseguiu o dirigente máximo do Chega, mesmo sem uma coligação formal.
“Tenho assistido com muita graça, nesta semana, à questão de o Chega poder ir para o governo dos Açores ou não, que há partidos que querem, outros não aceitam, etc. Vou deixar aqui muito claro: não vale a pena ter essa discussão. Ninguém que fique com o cartão de militante do Chega vai participar num governo da região autónoma dos Açores com estes partidos.
Ninguém. Se o fizerem, fazem-no contra a vontade do Chega nacional”, prosseguiu.
André Ventura sublinha ainda que “preferia um acordo escrito” com os sociais-democratas e recusa aceder ao “impossível” de “viabilizar um governo socialista”.
“Isso é pedir-me o impossível. Se o CDS quiser, ou estiver muito desejoso de fazer esse papel, faça-o. Depois, a nível nacional vamos ver as consequências disso”, referiu, sobre esse ponto.
O PS venceu as eleições regionais nos Açores tidas no domingo, elegendo 25 dos deputados à Assembleia Legislativa Regional, mas um bloco de direita, numa eventual aliança (no executivo ou com acordos parlamentares) entre PSD, CDS, Chega, PPM e Iniciativa Liberal poderá funcionar como alternativa de governação na região, visto uma junção de todos os parlamentares eleitos dar 29 deputados (o necessário para a maioria absoluta).
O PAN, que também elegeu um deputado, pode também viabilizar parlamentarmente um eventual governo mais à direita.
Diversas fontes contactadas pela Lusa reconhecem a existência de conversações entre o PSD e outros partidos com vista a uma eventual viabilização de um executivo de direita.
O jornal Público noticiou na sexta-feira que terá decorrido nesse dia, em São Miguel, uma reunião entre os líderes de PSD, CDS e PPM.
André Ventura, divulgaram alguns órgãos de comunicação social esta semana, terá imposto quatro condições para a viabilização de um governo regional liderado pelo PSD, sendo um dos pontos a participação social-democrata no processo de revisão constitucional proposto pelo Chega.
Sobre este ponto, Ventura diz à TSF e ao DN não quer que o PSD apoie as propostas do Chega.
Lusa