Catarina Martins considerou que “o Governo português tem de ter uma posição negocial forte de exigir a reparação de todos os danos”, acrescentando que os norte-americanos devem ter “um projeto de desenvolvimento para a ilha Terceira, que seja um desenvolvimento sustentado para o futuro, que tenha sentido e que possa dar mais força à economia da Região”.
A coordenadora nacional do BE entende que é “inaceitável” que os norte-americanos se mantenham na Base das Lajes sem “darem as devidas contrapartidas à ilha” e acusou o Governo da República de “negociar nas costas do Governo Regional, nas costas da autarquia e nas costas dos trabalhadores”.
Nesse sentido, anunciou que o BE, na Assembleia da República, vai “pedir esclarecimentos ao Ministério da Defesa e ao Ministério dos Negócios Estrangeiros sobre o andar das negociações e exatamente sobre o que Portugal está a exigir aos americanos”.
Catarina Martins disse ainda que iria entregar um requerimento, já na terça-feira, na Assembleia, pedindo ao Ministério da Economia e do Emprego a autorização que o Governo Regional dos Açores exige para dar aos trabalhadores da SATA os mesmos direitos dos trabalhadores da TAP.
“Os trabalhadores da SATA, exatamente com os mesmos contratos de trabalho e com as mesmas funções, não têm, neste momento, estes direitos assegurados e por isso mesmo estão a ponderar fazer valer os seus direitos numa greve numa altura que será complicada para a economia regional”, salientou.
Outro dos temas que o Bloco vai levar ao parlamento é o corte no orçamento da Universidade dos Açores por parte do Ministério da Educação, que, segundo Catarina Martins, aliado à Lei dos Compromissos, põe em causa “tanto projetos de investigação que estão em curso como postos de trabalho, como a própria existência da universidade”.
“A Universidade dos Açores é uma universidade nacional e o Governo da República tem de assumir as suas responsabilidades”, frisou, exigindo também uma “posição muito firme” sobre esta matéria ao Governo Regional dos Açores, que, no seu entender, “tem que defender a existência dos três polos” da academia.
Lusa
