Realizou-se esta semana, em Estrasburgo, a votação sobre um pacote legislativo promovido pela Comissão Europeia relativo à decisão de cultivo de organismos geneticamente modificados(OGM). A votação foi favorável a que a decisão do cultivo de OGM’s fosse da responsabilidade de cada Estado-Membro e das suas respectivas regiões. Segundo a Eurodeputada Patrão Neves “esta prerrogativa, a ser utilizada de forma racional e equilibrada, pode ser vantajosa para algumas regiões com especificidades inquestionáveis, como é o caso dos Açores, património de biodiversidade”
Esta questão tem suscitado alguma controvérsia nos Açores, nomeadamente com uma petição a decorrer contra a introdução dos OGM’s na região e, por outro lado, a existência de alguns campos de experimentação. ” É preciso que os governantes tenham a sensibilidade de saber conjugar os vários interesses em jogo, pois esta prerrogativa pode levar à utilização da decisão do cultivo de OGM’s como arma de arremesso político e sem verdadeiros critérios objectivos” – acrescentou Patrão Neves.
Patrão Neves defende a realização de estudos de impacto e sobretudo a valorização das razões científicas, objectivas e inquestionáveis que terão de servir de base a uma decisão que implica a responsabilização de quem a toma. “Esta é uma matéria em que deve prevalecer o conhecimento e a responsabilidade para qualquer tomada de decisão, a qual deverá ter também em conta uma discussão alargada sobre o assunto, contando com a participação dos cidadãos, e sempre de modo informado e esclarecido.” – sublinhou Patrão Neves.
A eurodeputada não deixou de afirmar que a questão não é de fácil resolução pelos diferentes interesses e sensibilidades em confronto, como sejam “o dos produtores, que lutam por conseguir factores de produção mais baixos, nomeadamente para a alimentação animal, sabendo-se que rações e também a soja consumida na UE é importada de países com produções OGM’s, e o de alguns cidadãos que têm o direito de rejeitar o consumo de OGM’s.”
