Exploração económica sustentável do mar passa obrigatoriamente pelo conhecimento científico

gui menezes“A estratégia para a exploração económica sustentável do mar passa obrigatoriamente pelo conhecimento, baseado na investigação científica”, afirmou hoje, em Ponta Delgada, o Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia

Gui Menezes frisou que este “é o primeiro pilar do modelo de desenvolvimento da economia do mar que queremos para os Açores”.

O Secretário Regional falava sobre as prioridades regionais em investigação marinha, na sessão de apresentação dos trabalhos realizados pelo NRP D. Carlos no Mar dos Açores, uma iniciativa do Instituto Hidrográfico da Marinha Portuguesa, em parceria com a Universidade dos Açores.

Gui Menezes destacou que as campanhas oceanográficas e os levantamentos batimétricos e tipográficos levados a cabo pelo Instituto Hidrográfico são “de extrema importância para a modelação de habitats e de ecossistemas marinhos e para o conhecimento sobre a sua biodiversidade”.

Na sua intervenção, o Secretário Regional anunciou que será lançado em novembro um concurso para apoiar projetos de investigação científica, no âmbito da Estratégia de Investigação e Inovação para a Especialização Inteligente dos Açores (RIS3), que “irá permitir que sejam financiados mais projetos de investigação científica aplicada ao mar”.

Este concurso, no valor de 3,3 milhões de euros, é semelhante ao lançado em 2015, que financiou 22 projetos de investigação nos três eixos da RIS3, sete dos quais nas áreas do Mar e das Pescas.

O Secretário Regional defendeu que a atividade científica e os projetos científicos “de vanguarda” que se desenvolvem nos Açores em várias áreas “contribuem para um maior conhecimento do nosso mar e são fundamentais no apoio à decisão política”.

Neste contexto, e no sentido de assegurar a sustentabilidade económica da pesca nos Açores, “a principal atividade económica que ocorre no nosso mar”, apontou vários programas de monitorização em curso, nomeadamente o cruzeiro anual de monitorização das espécies demersais, o Programa de Observação para as Pescas dos Açores, o Programa de Recolha de Dados da Pesca ou o programa de monitorização do Banco Condor.

“Queremos consolidar a nossa pesca com a melhor informação científica disponível, em diálogo permanente com cientistas da nossa academia, mas também com entidades nacionais e europeias, no âmbito da Política Comum de Pescas”, disse.

Para além da pesca, salientou que o Governo dos Açores tem vindo a “apostar em áreas emergentes da economia do mar”, como é o caso da aquacultura e da biotecnologia marinha, áreas em que “o conhecimento científico é fundamental”.

Nesse sentido, recordou o mapeamento de zonas com potencial para a aquacultura no arquipélago, que “serve de base para os projetos que se vão iniciar muito brevemente”.

“Temos muitas expectativas em relação a estes projetos”, afirmou, salientando que têm “a caraterística muito interessante de envolver empresas locais, investigadores e as comunidades piscatórias”.

Gui Menezes destacou ainda na sua intervenção o novo fundo de investimento em investigação e empreendedorismo associados ao mar, criado pelo Governo da República, o Fundo Azul, que considerou ser uma “excelente oportunidade para as empresas e os centros de investigação regionais ligadas ao mar obterem financiamento”.

O Secretário Regional referiu também que a exploração de minerais dos fundos submarinos poderá a longo prazo ter alguma relevância económica para a Região, mas assegurou que “o Governo dos Açores pretende garantir a sustentabilidade da exploração destes recursos”.

Gui Menezes reforçou ainda que “antes de passarmos à exploração, é necessário termos um conhecimento profundo”, acrescentando que “há ainda um longo caminho a percorrer”.

Neste âmbito, destacou o envolvimento dos Açores em projetos europeus de mapeamento dos fundos oceânicos e dos seus recursos e do estudo dos impactos ambientais da exploração de minerais dos fundos submarinos.

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