Família de Manuel Medeiros doa espólio à Câmara de Ponta Delgada

Manuel Medeiros FerreiraA família do músico e compositor açoriano Manuel Medeiros Ferreira, autor da conhecida canção “Ilhas de Bruma”, acaba de doar mais de 400 livros, da sua coleção privada, ao Município de Ponta Delgada e cerca de 500 discos em vinil ao Coliseu Micaelense.

Manuela Cruzinha, viúva de Manuel Medeiros Ferreira, concretiza assim o desejo do compositor, que terá os seus mais de 400 livros no Espaço Natália, na biblioteca do Centro de Estudos Natália Correia, na Fajã de Baixo, e os seus cerca de 500 discos no Coliseu Micaelense onde passarão, a partir de agora, a fazer parte do espólio do Polo Museológico desta casa de espetáculos dos Açores.

Manuel Medeiros Ferreira, que faleceu no início deste ano aos 63 anos, escreveu “Ilhas de Bruma” há 31 anos e a canção acabou por se transformar num “hino não institucional” da açorianidade e da autonomia.

O autor chegou mesmo a afirmar que a maior homenagem que lhe podiam prestar era continuar a cantar a sua música, revelando que se emocionava sempre que via o público cantarolar a letra de um tema que se tornou “emblemático para todos os açorianos”.

A música surgiu em julho de 1983 e estreou-se no primeiro Festival Maré de Agosto, em 1984. Mais tarde, fez parte integrante da banda sonora de séries televisivas da RTP-Açores realizadas por Zeca Medeiros.

Manuel Medeiros Ferreira chegou a confessar que escreveu “Ilhas de Bruma” para se “afirmar como açoriano”, numa altura em que existia “um certo complexo de inferioridade entre os açorianos”. Assim, a canção serviu também “para despertar a autoestima do povo”.

Manuel de Medeiros Ferreira, que viveu em Lisboa e em Paris, era natural de São Miguel, onde nasceu a 28 de agosto de 1950.

Para o Presidente da Câmara de Ponta Delgada, José Manuel Bolieiro, é com grande satisfação e sentimento de gratidão que a Câmara de Ponta Delgada recebe o espólio de Manuel Medeiros Ferreira, um nome que ficará para sempre ligado à música açoriana e que deixou, a várias gerações, um “legado de açorianidade”.

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