Fernando Pinto defende que TAP deve “reajustar-se à sua adequada dimensão”

O presidente da TAP, Fernando Pinto, afirmou hoje que a principal tarefa da companhia depois da greve de pilotos é reajustar-se “à sua adequada dimensão”, considerando que esse trabalho “é indispensável” e independente da privatização.

“Infelizmente, a instabilidade que temos vivido fez-nos perder espaço no mercado, pelo que a nossa principal tarefa, no imediato, passa por reajustar a empresa à sua adequada dimensão”, afirma Fernando Pinto numa mensagem enviada hoje aos trabalhadores a que a agência Lusa teve acesso.

Para o presidente da companhia aérea, este reajustamento vai permitir a “reconstrução [da TAP] em bases sólidas e a posterior preparação para um novo ciclo de crescimento”, considerando que esse trabalho “é indispensável, independentemente do processo de privatização em curso”.

Fernando Pinto considera que “no curto prazo será possível construir um plano que corresponda às necessidades atuais, que se traduzem numa expressão simples: dar um passo atrás para, em seguida, dar dois em frente”.

O presidente da TAP adianta ainda que o grupo de trabalho constituído para o desenvolvimento deste plano “apresentará brevemente as suas propostas”.

Na segunda-feira, o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, anunciou que a TAP vai apresentar na próxima semana um plano para melhorar a situação financeira da TAP, que disse ter ficado mais frágil depois dos dez dias de greve dos pilotos da companhia e da Portugália.

“A greve de 1 a 10 de maio colocou-nos, de novo, no centro das atenções pelas piores razões, afetando a imagem da empresa e a sua credibilidade”, lamentou Fernando Pinto, considerando que “desta vez também a imagem da própria classe dos pilotos foi afetada, tanto pela greve em si como por algumas declarações de representantes sindicais, o que resulta injusto, pois os pilotos da TAP são inequivocamente dos melhores profissionais da indústria”.

Ainda assim, o responsável distinguiu o que é o “o exercício de direitos constitucionais” da utilização de uma arma como a greve “para atingir objetivos que se sabe de antemão que a empresa não pode satisfazer”.

Fernando Pinto admite que a greve obrigou a um “esforço tremendo para minimizar as consequências negativas para os clientes”, e elogia o trabalho de “muitos trabalhadores”, de pilotos (que não fizeram greve), pessoal de cabine e de terra.

“A difícil situação vivida pela empresa exige que parem os sinais de instabilidade que continuam a ser dados ao mercado, concentrando-nos todos no que é prioritário: salvaguardar o futuro da TAP”, defende, adiantando que essa instabilidade “provoca prejuízos diretos, afeta dramaticamente os recursos financeiros, prejudica a imagem, consome energias, desviando a atenção dos objetivos”, escreve.

 

Lusatap

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