FLAD lança livro com múltiplas perspetiva​s sobre o mar

A Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) apresenta na quarta-feira, em Lisboa, um livro que reúne múltiplas perspetivas sobre o mar e que resulta da III edição do Fórum Franklin Roosevelt, realizado em abril nos Açores.
“Há aqui aspetos da história e aspetos do futuro. No fim de contas é uma discussão e o ponto de vista de vários especialistas nestes domínios diversos da ciência, história e política sobre o mar e a cooperação luso-americana”, afirmou à Lusa o investigador Ricardo Serrão Santos, que será um dos oradores da sessão de apresentação da obra, que contém intervenções proferidas no III Fórum Açoriano Franklin Roosevelt.
O livro “O Mar na História, na Estratégia e na Ciência”, das Edições Tinta-da-china, será publicamente lançado na quarta-feira, estando a apresentação a cargo de Fernando Melo Gomes, do especialista em assuntos marítimos Tiago Pitta e Cunha e do investigador Ricardo Serrão Santos.
Para o docente e investigador do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores, que diz ter “uma perspetiva otimista” sobre o trabalho realizado em Portugal ao nível do mar, o livro chama a atenção para a importância deste recurso e mostra algumas perspetivas de desenvolvimento ao nível dos recursos marinhos e biotecnologia.
“Portugal desenvolveu uma grande capacidade de investigação científica. Quando terminámos os anos 90 estávamos completamente deficitários em capacidade de navios oceânicos, acesso à investigação do mar profundo e hoje temos dois navios oceânicos em funções, ligados ao Instituto Hidrográfico da Marinha, temos um ‘roove’ de grande profundidade e um grande investimento na formação de recursos humanos”, sustentou.
Apesar de admitir que o país precisa de investimentos infra-estruturais nos domínios do mar para beneficiar das investigações em curso, Ricardo Serrão Santos destacou que Portugal está, presentemente, a vender tecnologia na área da robótica submarina para o Brasil, há pequenas empresas que se estão a estabelecer na área da biodiversidade, turismo e biotecnologia marinha.
“Eu vejo neste momento as coisas numa perspetiva de otimismo. Se algumas áreas como os transportes náuticos, que são importantíssimos para a economia do país ou mesmo dos portos e que eventualmente haja um atraso nacional comparando com outras regiões como a Holanda, mas neste momento há um élan em torno do cluster do mar para encontrar e desenvolver atividades que tenham benefícios económicos do âmbito da economia do mar”, disse.
Desde 2008 que a FLAD e o Governo açoriano promovem fóruns de discussão bianuais sobre temas prementes da relação transatlântica, reunindo políticos e académicos de ambos os lados do Atlântico.
O terceiro fórum decorreu no final de abril de 2012 na ilha do Faial, sendo integralmente dedicado ao tema “O mar na perspetiva da história, da estratégia e da ciência”.
O nome do fórum serve de homenagem ao relevante papel assumido pelo Presidente norte-americano Franklin Rooosevelt na política internacional do século XX, assim como a atenção que prestou às questões geopolíticas suscitadas pela posição geográfica das ilhas açorianas.

 

Lusa

Pub

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here