Florestas açorianas podem ajudar a mitigar as alterações climáticas

As florestas açorianas podem vir a desempenhar um “importante papel na mitigação” dos efeitos das alterações climáticas devido à sua capacidade para acumular carbono, revela hoje um estudo das universidades do Porto e dos Açores.

Num comunicado enviado pelo BIOPOLIS/CIBIO-InBIO (Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos, InBIO Laboratório Associado da Universidade do Porto), informa-se que um grupo de investigadores portugueses “avaliou alguns dos serviços ecossistémicos atualmente associados às áreas florestais dos Açores”.

“As florestas açorianas poderão desempenhar um importante papel na mitigação dos efeitos das alterações climáticas, pelo que a sua área de distribuição deve aumentar, especialmente em áreas pouco adequadas às atividades agrícola e pecuária”, lê-se no documento.

Os investigadores advogam que a realização de povoamentos florestais ao “longo de linhas de água” pode “funcionar como uma zona de proteção” e “contribuir para a acumulação de carbono”.

“Dada a importância da idade dos povoamentos florestais e da sua taxa de crescimento, para calcular a acumulação de carbono em termos anuais, será necessário recorrer a estudos dendrocronológicos desenhados para o efeito”, indica aquele centro de investigação.

O estudo, que também incluiu investigadores da Universidade dos Açores, demonstrou que as florestas naturais têm um “papel crucial” na “preservação da diversidade vegetal” das plantas nativas e endémicas dos Açores.

A investigação, publicada na revista científica Scientific Reports, conclui que o “papel dos bosques de exóticas na preservação da biodiversidade é globalmente negativo”, propondo a substituição daquele tipo de bosques por florestas naturais.

Quanto à acumulação de carbono, a “maior parte” está concentrada na “biomassa lenhosa”, sendo as matas de criptoméria um “importante ativo económico” que “atua como sumidouro de carbono”.

Os bosques de incenso também “desempenham um papel importante como sumidouros de carbono no solo”, acrescenta o comunicado.

“A floresta dos Açores é dominada pelas espécies exóticas incenso (Pittosporum undulatum) e criptoméria (Criptomeria japonica). A floresta açoriana tem um papel importante na produção de madeira, proteção do solo, dos recursos hídricos e também pelo seu valor lúdico e estético”, concluem os investigadores.

O estudo, feito nas ilhas de São Miguel, Terceira e Pico, incidiu na avaliação da diversidade vegetal e estrutural e na acumulação de carbono em três tipos de floresta: a floresta natural, os bosques de incenso e as matas de criptoméria.

 

 

Lusa

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